Segundo a jornalista, esse grupo, formado principalmente por políticos com base eleitoral no Nordeste, tem mandado o recado indireto ao petista de que "nada têm contra ele — muito pelo contrário".
Ela diz que, em público, eles mantêm o apoio a Bolsonaro e criticam Lula, mas já demonstram nos bastidores que "não pretendem fazer oposição acirrada" a Lula caso ele seja eleito em outubro.
"Alguns políticos usaram, como mensageiros, empresários que têm interlocução com o PT", indicou Bergamo.
O ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro durante o primeiro debate dos candidatos à Presidência da República das eleições de 2022, organizado por Folha, UOL e as TVs Bandeirantes e Cultura, em 28 de agosto de 2022. Foto de arquivo
A colunista adverte, porém, que, apesar do otimismo no PT e do pessimismo de bolsonaristas, a eleição não é considerada decidida por nenhum dos lados. Ela lembra que, além de uma semana de campanha, ainda há o debate da TV Globo, na próxima quinta-feira (29).
Outro fator que poderia ajudar a forçar um segundo turno é a eventual abstenção, que costuma ser maior entre eleitores de baixa renda e baixa escolaridade. Essa faixa é a que mais apoia o ex-presidente.
Segundo levantamento do Ipec divulgado nesta segunda-feira (26), Lula tem 48% das intenções de voto, contra 31% de Bolsonaro, para o primeiro turno das eleições, no próximo domingo (2). Com esse percentual, excluindo-se os votos brancos e nulos, Lula tem 52% dos votos válidos e poderia liquidar a disputa já na primeira volta.