Os referendos sobre a adesão à Rússia foram realizados de 23 a 27 de setembro nas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, bem como nas regiões de Kherson e Zaporozhie. Na RPD, 99,23% dos eleitores votaram a favor da adesão à Federação da Rússia, com 98,42% no RPL, 87,05% na região de Kherson e 93,11% na região de Zaporozhie.
"Para a Ucrânia, o apoio atual por parte dos países ocidentais, incluindo o fornecimento de armas e dados de inteligência, bem como de conselheiros militares, não é suficiente para que Kiev recupere as quatro regiões", afirma o especialista militar chinês Song Zhongping.
Segundo ele, a Rússia está estabelecendo um novo "ponto de partida" para a próxima etapa da sua operação militar, e Moscou está plenamente consciente de que "não pode perder a batalha".
"É por isso que o Ocidente precisa pensar se deve tomar parte de forma mais direta ou não", acrescentou o especialista.
Cui Han, investigador do Centro de Estudos Russos da Universidade Pedagógica da China Oriental, salienta que os referendos levarão a uma nova escalada do conflito, uma vez que a sua realização "reduziu o espaço para negociações entre a Rússia e a Ucrânia".
"Os referendos também farão com que o Ocidente expanda a assistência militar à Ucrânia, mas, como os EUA e a UE não querem que o conflito se transforme em uma guerra nuclear com a Rússia, a interferência militar direta da OTAN é improvável", disse.
Cui Hongjian, diretor do Departamento de Estudos Europeus do Instituto Chinês de Estudos Internacionais, sublinha que, em meio à crise energética na UE e às eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, "é improvável que o Ocidente recorra a um confronto direto com a Rússia e a parte russa entende isso de forma clara".
"Os Estados Unidos e os países ocidentais que apoiam Kiev enfrentarão uma nova pressão, já que, depois do início da mobilização na Rússia, será muito difícil para a Ucrânia recuperar o controle sobre essas regiões", conclui a publicação.