Por meio de um comunicado, o chamado "Ministério da Reintegração dos Territórios Ocupados Temporariamente da Ucrânia" assegurou que "os parceiros no crime também são criminosos" e ameaça que os atores nessa situação "serão punidos".
A declaração questiona a presença de observadores estrangeiros nos referendos de adesão à Rússia e explicita a lista de países de onde vêm esses observadores: Belarus, Síria, Egito, Brasil, Venezuela, Uruguai, Togo e África do Sul.
A Ucrânia disse que todos os observadores que chegaram para testemunhar os referendos são acompanhados de perto pelas autoridades ucranianas. "O Ministério da Integração e todas as agências envolvidas, incluindo as forças policiais, já sabem seus nomes", disseram.
Para Kiev, os observadores daqueles países que se apresentaram nos referendos "participam de um crime coletivo contra o Estado soberano e independente da Ucrânia".
O ministério ucraniano insta as "forças da ordem" do país a "investigar" a presença desses observadores nas repúblicas independentes de Donbass, buscando questionar "a legitimidade da entrada, permanência e conduta de qualquer atividade" dos observadores.
A declaração culmina com um tom ameaçador para os estrangeiros que vieram testemunhar um ato democrático.
"Todos os que ousam apoiar criminosos se tornam criminosos! Não há como escapar da responsabilidade!", afirma o governo ucraniano.
Observadores estrangeiros independentes que chegaram a Donbass para os referendos confirmaram que a votação decorreu normal e livremente, sem presença militar ou controle de Moscou, como afirmam os críticos.
Enquanto a Ucrânia mencionou apenas oito países, os referendos de adesão à Rússia tiveram observadores de 45 Estados. Um documento acessado pela Sputnik relata que o processo de votação ocorreu regularmente, com alto nível de participação e sem o registro de eventos como votos duplos, falta de cédulas ou materiais ou irregularidades na contagem dos votos.
Observadores também relataram que em alguns distritos as Forças Armadas ucranianas foram registradas intimidando os moradores e coagindo-os a não participar do processo. Eles também denunciaram uma forte campanha midiática por parte da mídia ucraniana e de alguns meios de comunicação internacionais.