Os Estados Unidos "condenam a tentativa fraudulenta da Rússia de anexar hoje (30) o território ucraniano soberano" e "continuarão a apoiar" os esforços de Kiev para recuperá-lo "fortalecendo 'sua mão' militar e diplomaticamente", anunciou o presidente Joe Biden.
"Em resposta às falsas alegações de anexação da Rússia, os Estados Unidos, juntamente com nossos aliados e parceiros, estão anunciando novas sanções hoje. Essas sanções imporão custos a indivíduos e entidades — dentro e fora da Rússia — que fornecem apoio político ou econômico a tentativas ilegais de mudar o status do território ucraniano", disse Biden nesta sexta-feira em um comunicado de imprensa da Casa Branca.
O apoio militar dos EUA vai incluir US$ 1,1 bilhão (cerca de R$ 5,3 bilhões) em "assistência adicional de segurança" anunciada no início da semana, disse Biden.
"E estou ansioso para assinar uma legislação do Congresso que fornecerá US$ 12 bilhões [cerca de R$ 64,4 bilhões] adicionais para apoiar a Ucrânia. Exorto todos os membros da comunidade internacional a rejeitarem as tentativas ilegais de anexação da Rússia e a apoiarem o povo da Ucrânia pelo tempo que for necessário", disse o presidente norte-americano.
As declarações de Biden vieram logo após uma cerimônia em Moscou ainda nesta sexta-feira com a presença do presidente Vladimir Putin, legisladores russos, líderes das repúblicas do Donbass e administrações pró-Rússia das regiões de Kherson e Zaporozhie, onde acordos de adesão desses territórios à Federação da Rússia foram assinados. Este último deve agora ser ratificado pela Duma russa e pelo Conselho da Federação.
A cerimônia celebrou a realização dos referendos de cada um dos quatro territórios onde os moradores foram questionados se gostariam que sua república ou região se juntasse à Rússia. A esmagadora maioria dos moradores votou a favor, com apoio variando de 87 a 99% e participação de 77 a 97,5%.
Os Estados Unidos despejaram mais de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 26,9 bilhões) em dinheiro no establishment político pró-ocidente da Ucrânia e nas organizações da sociedade civil durante as décadas de 1990, 2000 e início de 2010, e entregaram bilhões de dólares em assistência financeira e de segurança adicional após o golpe de Estado de 2014 em Kiev para reforçar a guerra do novo governo contra o Donbass. Em 2022, depois que a Rússia lançou sua operação militar especial para "desmilitarizar e desnazificar" a Ucrânia, Washington e seus aliados enviaram dezenas de bilhões de dólares a mais em ajuda militar a Kiev, ignorando os avisos de Moscou de que as entregas só ajudariam a aumentar o conflito.