"Não estamos respondendo a ameaças imaginárias em países distantes. Estamos defendendo nossas fronteiras, nossa pátria e todo o nosso povo do verdadeiro genocídio perpetrado pelos descendentes e seguidores de capangas nazistas que se colocaram a serviço de seus senhores no exterior", disse Lavrov na reunião da câmara baixa russa sobre a ratificação dos acordos de adesão de novos territórios ao país.
Nesse contexto, o ministro das Relações Exteriores da Rússia lembrou e condenou a luta do Ocidente contra ameaças ilusórias de segurança em outros Estados.
"Houve a Iugoslávia, que os EUA e a Organização do Tratado do Atlântico Norte [OTAN] tentaram 'bombardear em uma democracia', destruíram o Iraque, onde armas de destruição em massa nunca foram encontradas, e a Líbia, [acabou] mergulhada no caos", acrescentou Lavrov.
Lavrov rejeitou as alegações de Washington de que a Rússia teria atacado a Ucrânia por ter escolhido o caminho da democracia e observou que são os EUA que têm usado continuamente a força em todo o mundo por razões absurdas.
"Isso aconteceu, por exemplo, no Haiti em 1915, e na República Dominicana mais tarde, quando se bastou invadir fazendo declarações públicas sobre algumas ameaças abstratas a cidadãos americanos individuais", disse o diplomata.
De acordo com Lavrov, desta vez, os EUA subjugaram quase todo o Ocidente coletivo, mobilizando-o para transformar a Ucrânia em uma ferramenta para lutar contra a Rússia da mesma forma que "Hitler uma vez colocou a maior parte da Europa em armas para atacar a União Soviética".
"Desta mesma forma, os planos atuais não devem se tornar realidade. Isso foi claramente declarado pelo presidente [russo Vladimir Putin] no Kremlin", concluiu Lavrov.
Na sexta-feira passada (30), Putin e os chefes das repúblicas populares de Donetsk (PRD) e Lugansk (RPL), bem como as regiões de Kherson e Zaporozhie assinaram acordos sobre a adesão dos territórios à Rússia e o estabelecimento de novo status dentro do país. Agora, após a ratificação dos documentos pela Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo), as leis de adesão precisam ser aprovadas pela câmara alta (o Conselho da Federação). A decisão vai ser tomada em reunião no dia 4 de outubro.