Os vizinhos da China não querem ficar para trás e correm para acompanhar o ritmo, provavelmente o próximo mandato de cinco anos de Xi Jinping será marcado por uma corrida armamentista acelerada na região da Ásia-Pacífico. Para mencionar alguns exemplos, a Coreia do Sul está desenvolvendo uma Marinha capaz de operar em águas oceânicas e a Austrália está adquirindo submarinos nucleares de seus aliados no âmbito do acordo AUKUS.
De acordo com dados do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos sediado em Londres, os gastos com a defesa na Ásia-Pacífico ultrapassaram US$ 1 trilhão (R$ 5,29 trilhões) somente no ano passado, escreve agência AFP.
Até mesmo o Japão está propondo orçamentos recordes de defesa e avançando para o fim de sua política de longa data de "não usar primeiro" a força militar, citando um ambiente de segurança "cada vez mais grave".
"Todos os principais autores da região do Indo-Pacífico estão respondendo à modernização militar da China, essencialmente o mais rápido que podem", disse Malcolm Davis, ex-funcionário de Defesa da Austrália e atual membro do Instituto de Política Estratégica da Austrália.
Durante anos, o Exército de Libertação Popular (ELP) da China foi enxergado como ineficaz e mal equipado. Quando Xi Jinping se tornou comandante-em-chefe do ELP em 2013 algumas reformas já estavam em andamento.
De acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo, o orçamento militar de Pequim tem aumentado por 27 anos consecutivos. Hoje a China possui dois porta-aviões ativos, centenas de mísseis balísticos de longo e médio alcance, milhares de aviões de guerra e uma Marinha que supera até a dos EUA.
Depois que a China lançou um breve e parcial bloqueio a Taiwan em agosto, um alto oficial dos EUA admitiu tacitamente que impedir uma situação séria não seria fácil, mesmo para Washington.
Enquanto isso, o estoque nuclear da China está aumentando exponencialmente e, de acordo com o Pentágono, Pequim é provavelmente capaz de lançar armas nucleares de terra, mar e ar. Washington não fez rodeios ao descrever a escala de poderio e ambição mantida pela China.
"A China é o único concorrente capaz de combinar seu poder econômico, diplomático, militar e tecnológico para criar um desafio contínuo a um sistema internacional estável e aberto", aponta relatório do Pentágono do ano passado.