De acordo com o governo japonês, o míssil lançado por Pyongyang nesta manhã sobrevoou o território do Japão e caiu no oceano Pacífico fora da zona econômica exclusiva do país.
Hirokazu Matsuno, secretário-chefe do governo japonês, disse que o míssil percorreu uma distância de aproximadamente 4.600 km e atingiu uma altitude máxima de voo de 1.000 km. Relata-se também que esta foi a primeira vez desde 2017 que a Coreia do Norte lança um míssil sobrevoando o Japão.
A agência sul-coreana Yonhap informou, citando militares do país, que a velocidade máxima do míssil lançado por Pyongyang atingiu Mach 17, ou seja, 17 vezes a velocidade do som.
Kim Dong-yup, professor assistente na Universidade de Estudos Norte-Coreanos em Seul, comentou à Sputnik de que tipo de míssil pode se tratar neste lançamento.
"Há grande probabilidade de que seja um míssil Hwasong-12 que foi utilizado em lançamentos de teste em 30 de janeiro [...] Foi o mesmo míssil que já sobrevoou o território do Japão por duas vezes em agosto e setembro de 2017. Isto é uma expressão de descontentamento e uma demonstração da ameaça às armas estratégicas dos EUA que estão sendo instaladas na península coreana", disse professor.
"Do meu ponto de vista este poderia ser um teste de uma versão aperfeiçoada do Hwasong-12, com tentativa de aumentar seu alcance. Talvez [seja] mesmo o Hwasong-15 ou 17, mas lançado não em um ângulo agudo, mas sim seu primeiro teste de alcance real, embora um pouco encurtado. Neste tipo de testes também poderia ser testada a tecnologia de reentrada na atmosfera. Especialmente porque, julgando pelo tempo e pela distância, o lançamento de hoje do míssil ocorreu mais rápido do que das versões anteriores do Hwasong-12", acrescentou Kim Dong-yup.
Segundo o especialista, a seguir a Coreia do Norte pode efetuar lançamento de um míssil balístico lançado de submarino (SLBM, na sigla em inglês).
"Aparentemente, o próximo será o lançamento de um SLBM do tipo Pukkuksong-3 de um submarino e testes de alcance real de um míssil balístico intercontinental. Agora ambos os lados [Washington e Pyongyang] fazem jogos tolos de gabarolice com armamentos e uma corrida armamentista na tentativa de intimidar o outro", opinou especialista.
Respondendo à pergunta da Sputnik sobre a inutilidade dos sistemas de defesa antimísseis contra um míssil capaz de atingir velocidades de até Mach 17 (aproximadamente 20.991 km/h), o professor Kim Dong-yup observou que a eficácia da proteção contra ataques desse tipo de mísseis não é garantida.