Panorama internacional

Ilhas Salomão forçam EUA a remover referência à China da Declaração do Pacífico

A declaração seguiu-se à conclusão de uma cúpula, encerrada no dia 29 de setembro. O acordo de 11 pontos foi projetado para fornecer uma estrutura para o envolvimento intensificado dos EUA na região, mas as Ilhas Salomão queriam evitar escolher entre Washington e Pequim.
Sputnik
As Ilhas Salomão assinaram um acordo de 11 pontos entre os EUA e 14 nações do Pacífico depois que Washington concordou em omitir palavras relacionadas à China, revelou o ministro das Relações Exteriores do arquipélago, Jeremiah Manele, nesta terça-feira (4).
O ministro deixou claro que seu país não queria ser forçado a "escolher lados" entre Washington e Pequim, explicando que Honiara não se sentia à vontade com a referência que obrigava os Estados insulares do Pacífico a se consultarem antes de assinar acordos de segurança com impacto na região. O governo de Sogavare considerou tal exigência como um aceno ao seu pacto de segurança bilateral com a China.
"No rascunho inicial havia algumas referências com as quais não estávamos confortáveis, mas depois os funcionários nas discussões e negociações [...] conseguiram encontrar um terreno comum, e isso nos levou a bordo, então assinamos", disse o ministro.
A declaração de 11 pontos visa reforçar a presença dos EUA na região, observando, em particular, os "impactos da competição geopolítica intensificada" nas nações das ilhas do Pacífico.
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Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores das Ilhas Salomão esclareceu que o acordo de segurança com a China está focado na situação interna da lei e ordem e não inclui provisão para uma base militar.
"Minha crença [...] e minha esperança é esta — que o Pacífico deve ser uma região de paz, de cooperação e colaboração, e não deve ser visto como uma região de confronto, de conflito e de guerra", disse Sogavare.
As Ilhas Salomão, que mudaram os laços diplomáticos de Taipé para Pequim em 2019, assinaram um pacto de segurança com a China em abril, provocando "graves preocupações" nos EUA e seus aliados do Pacífico Sul, com Washington rotulando a iniciativa como uma tentativa de militarizar a região.
Os EUA aceleraram seu envolvimento com as nações do Pacífico desde junho deste ano, abrindo mais escritórios diplomáticos e financiando medidas de combate às mudanças climáticas.
Líderes de Fiji, Ilhas Marshall, Micronésia, Palau, Papua-Nova Guiné, Samoa, Ilhas Salomão, Tonga, Tuvalu, Ilhas Cook, Polinésia Francesa e Nova Caledônia participaram da primeira cúpula de dois dias presidida pelo presidente dos EUA, Joe Biden.
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