Com resultado apertado de 48,4% para o petista e 43,2% para Bolsonaro, os candidatos começaram a articular estratégias para trazer eleitores que votaram em Ciro Gomes (PDT) ou Simone Tebet (MDB), ao mesmo tempo que tentam trazer eleitores que não votaram em nenhum dos dois e não têm simpatia pelo PT ou pelo PL.
Uma das primeiras ações do chefe do Executivo aconteceu ontem (3) quando, em reunião em Brasília, destacou uma espécie de força-tarefa evangélica para uma virar votos no Nordeste, de acordo com a coluna de Lauro Jardim em O Globo. A região é o local onde o presidente tem menos popularidade.
Bolsonaro escalou os deputados e pastores Otoni de Paula e Marco Feliciano e os senadores eleitos (e também pastores) Damares Alves e Magno Malta para rodarem já a partir desta semana tantos templos quanto puderem na região onde ele teve o seu pior desempenho no primeiro turno, segundo a mídia.
Outro ponto de foco do presidente serão as periferias, uma vez que a avaliação de sua equipe é que Lula ainda lidera entre os mais pobres. Neste momento, a análise é que menos motociatas devem ser feitas e uma maior aproximação de eleitores que ganham até dois salários mínimos deve acontecer, relata a Folha de São Paulo.
Hoje (4), o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), declarou seu apoio a Bolsonaro no segundo turno: "Acredito muito mais na proposta do presidente Bolsonaro do que na proposta do adversário [Lula]", disse Zema citado pelo G1.
Já a estratégia do petista começa em buscar o apoio do terceiro e quarto candidato no pleito, Tebet e Ciro, respectivamente.
A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, disse que já abriu conversas com o PDT e buscará o MDB. O pedetista seguirá o que seu partido decidir, e uma reunião da executiva hoje (4) pode selar a adesão à campanha petista. Além deles, o PSDB é outro partido na mira de Lula, diz o jornal O Globo.
O foco de Lula também será conversar com aqueles que "parecem não gostar da gente", afirmando que a busca por apoios não será "ideológica" e acrescentando que haverá "menos conversa entre nós e mais conversa com o eleitor".
"Não precisa conversar com quem a gente já conhece e sabe que já votou e vai votar na gente. Aqueles que parecem que não gostam da gente, que não votam na gente, que não gostam dos nossos partidos, é com esses que vamos conversar", disse o petista citado pela Folha de São Paulo.
O segundo turno acontece no dia 30 de outubro e, além da corrida presidencial, ainda há a definição de governo para importantes estados como o governo de São Paulo entre Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do Rio Grande do Sul com Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB).
Além dos dois estados citados, mais dez estados brasileiros aguardam o segundo turno para definir seus governadores.