As autoridades das nações mencionadas e do bloco europeu reforçaram a importância de o governo brasileiro de explicitar uma posição contrária aos últimos movimentos de Moscou, de acordo com o jornal O Globo.
O embaixador da UE no Brasil, Ignácio Ibañez, reafirmou que o bloco não vai reconhecer as províncias como parte da Rússia e disse que uma nova resolução será apresentada no Conselho de Segurança, ao mesmo tempo que insistiu que todos os parceiros internacionais condenem o governo russo.
"Vamos reconsiderar essa questão, conversar com o Brasil. Para nós, é muito importante esse desafio e levar todos os elementos dessa nova resolução que será votada na semana que vem", afirmou Ibañez citado pela mídia.
Na última sexta-feira (30), junto à China, Índia e Gabão, o Brasil, que atualmente ocupa uma cadeira não permanente no Conselho de Segurança da ONU, se absteve na votação de uma resolução que condenava a integração das quatro províncias ucranianas após os referendos russos.
O encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, Douglas Koneff, afirmou que os ucranianos foram forçados a votar em referendos diante de russos armados. Segundo ele, é uma ofensa não apenas à Ucrânia, mas à Europa e ao mundo.
No entanto, segundo Henrique Domingues, especialista em Relações Internacionais entrevistado pela Sputnik Brasil que está na região onde os referendos aconteceram como observação da votação "pessoas vão votar por livre vontade, não tem ninguém com arma obrigando".
"As pessoas relataram que há muito tempo estão esperando essas resoluções porque desde 2014, as repúblicas que são independentes, se deterioraram absurdamente, então vi idosos com dificuldade de locomoção indo votar e participar do referendo seja qual fosse. [...] Não tem ninguém apontando arma na cara das pessoas para votar, eles vão porque querem, o processo é legítimo", afirmou.
Após a eleição de domingo (2), o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), concedeu algumas declarações sobre o primeiro turno e também citou acordos que foram feitos entre Brasília e Moscou, defendendo o comércio entre os países, e, principalmente, sua relação com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, conforme noticiado.