Nesta quinta-feira (6), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, informou que na próxima semana um projeto de lei sobre divulgação e prazos de pesquisas eleitorais será votado com intuito de posterioemente instalar uma CPI sobre os institutos, segundo a Folha de São Paulo.
De acordo com o parlamentar, o texto a ser votado deve aglutinar vários projetos. "Uns tratam de organização, de prevenção, outros tratam de prazos para que as pesquisas deixem de ser divulgadas antes das eleições. Então tudo isso vai ser juntado, principalmente com responsabilização civil, penal", afirmou Lira citado pela mídia.
Nesta manhã (6), o presidente da Câmara esteve no Palácio da Alvorada junto a outros deputados da base do governo para uma reunião com Jair Bolsonaro. Na saída da reunião, Lira fez várias críticas aos institutos de pesquisa, chamados pelo deputado de empresas de pesquisa "porque todas elas recebem dinheiro" para fazer os levantamentos, entretanto, não mencionou nenhuma em específico.
No entanto, citou o caso de São Paulo, onde o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), aparecia atrás de Fernando Haddad (PT) nas projeções dos principais institutos. Ao final da votação, Tarcísio terminou em primeiro lugar, com Haddad em segundo.
"Se uma empresa de pesquisa errar por duas ou três vezes a margem de erro, como foi em São Paulo, por exemplo [...] todas as pesquisas davam Tarcísio perdendo por dez [pontos] e ele ganha por nove [pontos], são 19 pontos, numa margem de três, são seis vezes a margem de erro. Então uma empresa dessas tem que ficar banida de fazer pesquisa, de publicar pesquisa, de trabalhar por oito anos, como fica quem faz malfeito na administração pública", declarou.
Lira também afirmou que alguns projetos tratam inclusive de prisão. "Nós temos que analisar a responsabilidade objetiva de quem seria, se seria o dono da empresa, o estatístico, o matemático?", declarou o deputado, que disse que o descasamento entre os levantamentos e o resultado das eleições não vem do pleito deste ano.
"Nessa eleição ficou mais sério. Determinado instituto de repercussão nacional errou em 21 estados. No Paraná foi um absurdo. A responsável pelo instituto disse que errou digitação. Ela errou numa digitação de dez pontos. Isso mata um candidato, mata um partido, mata um projeto, mata a escolha do eleitor. Influencia a escolha do eleitor", ressaltou.
Ao mesmo tempo, o deputado citou a possibilidade de instalação de uma CPI dos institutos de pesquisa e afirmou que isso independe da votação do projeto na próxima semana.
"A CPI pode acontecer, são duas coisas completamente diferentes. No Senado já tem assinaturas que eu soube. A Câmara, eu não recebi ainda. Assim que receber, se tiver objeto e assinaturas a gente instala", afirmou.
Nesta quarta-feira (5), a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) divulgou comunicado no qual informa que vê com indignação o que chama de "tentativas de judicialização e politização" nas eleições brasileiras contra as empresas de pesquisa de intenção de voto.