"A compra da terra começa com a oferta da Fedegan [Federação Colombiana de Pecuaristas], amanhã [sexta-feira, 7 de outubro] vamos assinar e dar mais detalhes. O acordo será assinado com todos os detalhes, são 3 milhões de hectares que o governo vai comprar da Fedegan", relatou a ministra em coletiva de imprensa.
Pelas redes sociais, o presidente Gustavo Petro compartilhou uma foto do momento em que a Fedegan e o governo firmaram o compromisso e classificou o acordo de "histórico".
Um acordo histórico.
Na coletiva, López destacou que o acordo é mais um passo para a reforma agrária na Colômbia.
"Chegamos a um acordo total com a Fedegan, este é um ato histórico e inicia o terceiro componente da reforma agrária. Já tínhamos o primeiro, que é a titulação, estamos titulando um número bastante grande de hectares. Em segundo lugar está a SAE [sigla em espanhol para Sociedade de Bens Especiais, encarregada de administrar os bens que foram retirados do narcotráfico], que está em processo, 125 mil hectares de organizações camponesas", concluiu.
O presidente da Fedegan, José Félix Lafaurie Rivera — que tem sido um dos críticos mais duros de Petro —, destacou o acordo e a conciliação do governo para chegar a acordos.
"Devemos agradecer à ministra e ao presidente Petro, este é um governo de diálogo e acordo, e, consequentemente, avançamos muito rapidamente. Em menos de um mês chegamos a um grande acordo, que trará muita tranquilidade para o setor rural e, ao mesmo tempo, a possibilidade de o setor rural consolidar uma classe média", disse Lafaurie.
López ressaltou ainda que o que foi acordado com os fazendeiros ajuda a cumprir os acordos de Havana — assinados em 2016 entre as ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o Estado — e fortalece o plano de paz total proposto pelo atual governo.
"Este é um passo em direção à paz total e ao processo de cumprimento do acordo de Havana. Vamos assinar um acordo e uma metodologia, como eu disse no Congresso, um processo de marca d'água: eficiente, transparente e no menor tempo possível. Daremos todos os detalhes", disse López.
A Colômbia tem há décadas um problema com a distribuição de terras, algo que segundo o Centro Nacional de Memória Histórica é uma "dívida histórica do Estado" que se aprofundou com o conflito armado.