O Departamento de Defesa (DoD, na sigla em inglês) dos EUA colocou na lista de restrições a DJI Technology, com sede em Shenzhen, na China, a maior fabricante de drones de consumo do mundo, devido a suas supostas ligações com os militares chineses.
A lista também inclui uma série de outras empresas de alta tecnologia afiliadas à DJI, como a BGI Genomics, a maior empresa de estudos genéticos da China, e o China State Construction Group, um gigante de infraestrutura.
O DoD disse em um comunicado que "está determinado a destacar e combater a [...] estratégia de fusão civil-militar, que apoia os objetivos de modernização do Exército de Libertação Popular (ELP) [chinês], garantindo seu acesso a tecnologias e conhecimentos são adquiridos e desenvolvidos por empresas, universidades e programas de pesquisa da RPC [República Popular da China] que parecem ser entidades civis".
A declaração vem logo depois que Washington introduziu uma série de restrições aos laços comerciais dos EUA com empresas chinesas, em meio a preocupações de que essas relações possam apoiar o crescimento e a modernização do ELP.
Em dezembro de 2020, o Departamento de Comércio dos EUA (DoC, na sigla em inglês) colocou a DJI em sua "Lista de Entidades", exigindo que os possíveis parceiros comerciais dos EUA obtivessem uma licença especial antes de fazer negócios com a DJI.
A decisão foi seguida pelo Departamento do Interior dos EUA (DoI, na sigla em inglês) em junho de 2021, liberando os drones DJI para uso do governo após uma longa auditoria. Algumas semanas depois, o Pentágono disse que os drones "representam ameaças potenciais à segurança nacional", chamando a decisão do DoI de "não autorizada", além de "imprecisa e descoordenada".
Comentando a decisão do DoC, os funcionários da DJI argumentaram que a empresa "tem pouco a ver com segurança" e "faz parte de uma agenda politicamente motivada para reduzir a concorrência no mercado e apoiar a tecnologia de drones produzida internamente".
Washington fez alegações semelhantes relacionadas à segurança nacional sobre outros gigantes da tecnologia chinesa, incluindo a fabricante de telefones e provedora de internet Huawei, protegendo efetivamente o mercado dos EUA da concorrência com produtos chineses.