De acordo com a Bloomberg, o governo de Liz Truss viu um "primeiro mês selvagem", perdendo £ 300 bilhões (cerca de R$ 1,7 trilhão) em valores combinados nos mercados de ações e títulos do país.
Embora os ativos globais tenham sido afetados pelos esforços do banco central britânico para controlar a inflação crescente, a confiança no Reino Unido foi abalada. A liquidação de setembro devido a preocupações com os cortes de impostos do governo Truss fez com que a libra atingisse uma baixa recorde em relação ao dólar. Como resultado do revés econômico, o Banco da Inglaterra precisou intervir e a credibilidade do governo ficou abalada.
"O feedback que recebemos dos investidores é que eles consideram o Reino Unido ininvestível enquanto houver tal caos no governo", disse o estrategista da Liberum Capital Ltd. Joachim Klement em comentários à Bloomberg.
Apesar da péssima performance, a economia britânica parece estar ganhando algum fôlego desde o final de setembro, segundo o índice do mercado de ações FTSE 350 — que inclui índices de exportação pesada e mercado interno — que já havia registrado queda de cerca de £ 77 bilhões (aproximadamente R$ 449,2 bilhões) desde o fechamento no dia 2 de setembro, o último dia de negociação antes de o Partido Conservador no poder escolher Truss como líder, segundo dados compilados pela Bloomberg.
De acordo com a mídia, um mês depois da escolha de Truss, os índices indexados à crescente inflação no Reino Unido registraram uma perda de cerca de £ 200 bilhões no período, o que reflete uma venda global de títulos, mas também preocupações bastante específicas em relação à confiabilidade do Reino Unido. No mês passado, houve o maior aumento de rendimentos em títulos do governo britânico já registrado em mais de dez anos, ultrapassando os 4% pela primeira vez desde 2010.
Os títulos de grau de investimento denominados em libras esterlinas — em que empresas britânicas respondem por mais de 90% — perderam £ 26 bilhões (cerca de R$ 151 bilhões) no mesmo período, arrastando seu valor de mercado para o nível mais baixo desde janeiro de 2014.
A primeira-ministra procurou acalmar as preocupações do mercado em um discurso na conferência de seu partido em Birmingham na última quarta-feira (5). No entanto, a libra não se recuperou, ao contrário do dólar americano.