Os Estados Unidos expandiram os controles sobre as exportações de supercomputadores e semicondutores em relação a 31 entidades localizadas na China, de acordo com um documento do Departamento de Comércio dos EUA programado para ser publicado no dia 13 de outubro.
"O Departamento de Indústria e Segurança [BIS, na sigla em inglês] está expandindo os controles sobre transações envolvendo itens para uso final de fabricação de supercomputadores e semicondutores, por exemplo, esta regra expande o escopo de itens produzidos no exterior sujeitos a requisitos de licença para 28 entidades existentes na Lista de Entidades localizadas na China", diz o documento.
As entidades chinesas presentes na lista são classificadas pelas autoridades dos EUA como empresas que não puderam ser inspecionadas para verificar se podem ser confiáveis para lidar com o uso de tecnologia sensível à segurança do país.
De acordo com o jornal Valor Econômico, isso significa que fornecedores norte-americanos enfrentarão novos obstáculos na venda de tecnologias para essas companhias. A medida visa acabar com a transferência de tecnologias americanas obtidas por empresas chinesas e repassadas para as Forças Armadas da China.
Para uma empresa sair da lista de "não verificada" ela deve se submeter a análises sobre o destino de seus produtos e, enquanto esse processo estiver em andamento, qualquer pessoa que forneça tecnologia dos EUA deverá passar por etapas extras de certificação relacionadas ao uso dos produtos, segundo a mídia.
A Associação da Indústria de Semicondutores (SAI, na sigla em inglês) um grupo de lobby que representa todos os maiores fabricantes de chips norte-americanos, disse que está avaliando o impacto dos novos controles de exportação e garantirá o cumprimento das restrições.
"Entendemos o objetivo de garantir a segurança nacional e instamos o governo dos EUA a implementar as regras de maneira direcionada – e em colaboração com parceiros internacionais – para ajudar a nivelar o campo de jogo e mitigar danos não intencionais à inovação dos EUA", disse a associação em um comunicado citado pelo The Edge Markets.
No início desta semana foi noticiado o governo estadunidense estava preparando novas restrições, parte de uma estratégia mais ampla que também inclui o reforço da produção doméstica de chips.
No começo deste ano, o presidente, Joe Biden, assinou um projeto de lei que promete injetar cerca de US$ 52 bilhões (R$ 271 bilhões) na indústria de semicondutores norte-americana.