Durante evento realizado em Belo Horizonte (MG), Lula comentou sobre os debates de segundo-turno e disse que vai encarar o presidente frente a frente em duas oportunidades. O petista aproveitou para resgatar a declaração polêmica do presidente.
"Vou ter dois debates com o genocida [...] e eu vou colocar muito repelente no corpo com medo de uma mordida, ele disse em uma entrevista para o New York Times que ele teria coragem de comer carne de índio. Se ele pensar em dar uma mordida num pernambucano, ele vai morrer envenenado", disse Lula.
Em entrevista concedida por Bolsonaro ao jornal estadunidense The New York Times em 2016, o atual presidente narra a situação da morte de um indígena, que teria sido "cozinhado" por sua tribo, em um suposto ritual de canibalismo. Ele diz na ocasião que comeria a carne do indígena "sem problema nenhum".
"Eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara falou: "Se for, tem que comer". Eu falei: "Eu como!" Como a comitiva não quis ir, porque tinha que comer o índio, e não queriam me levar sozinho lá, aí não fui. Eu comeria o índio sem problema nenhum, é a cultura deles, e eu me submeti àquilo", disse, em 2016, o atual presidente.
O vídeo chegou a ser utilizado em uma peça de campanha de Lula. Em decisão liminar, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ordenou a suspensão imediata da veiculação.
Na ação, o presidente disse que seu adversário na corrida eleitoral teria usado de "grave e intencional descontextualização" como "estratégia publicitária".
"A entrevista original revela o efetivo e real contexto da fala, que, longe de comportamento repulsivo e desumano que busca construir artificialmente a representada, consubstancia, na realidade, a deferência do representante à cultura indígena, despida de críticas impertinentes a atos e tradições das comunidades tradicionais, ainda que flagrantemente contrários às balizas de comportamento da cultura europeia/ocidental", disse a defesa de Bolsonaro na ação.