Panorama internacional

Irã divulga plano para se conectar às redes elétricas russa e dos membros da Ásia Central da SCO

A República Islâmica tornou-se membro aderente da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês) no mês passado. Nos anos anteriores, o Irã trabalhou para construir laços estratégicos com pesos pesados da SCO, incluindo Rússia e China.
Sputnik
O Irã lançou um projeto ambicioso para conectar a rede elétrica nacional às da Rússia e dos membros da SCO da Ásia Central por meio de uma linha de transmissão que passa pelo Turcomenistão, anunciou o vice-ministro da Energia para Assuntos Internacionais, Mohammad-Ali Farahnakian.

"Estamos tentando conectar o sistema de energia de nosso país à Rússia através do lado leste do mar Cáspio", disse Farahnakian à Agência de Notícias da República Islâmica (IRNA) neste domingo (9).

O plano "tornará possível a troca de eletricidade com membros da Organização de Cooperação de Xangai" e foi apresentado pela primeira vez na cúpula dos Estados do mar Cáspio, em junho, em Asgabate, Turcomenistão, disse o funcionário.
Farahnakian, que também atua como consultor do ministro da Energia Ali Akbar Mehrabian, especificou que a Rússia e outros Estados ex-soviéticos já compartilham uma conexão por meio de uma rede elétrica unificada e que tudo o que é necessário para Teerã se conectar à rede é construir uma nova e poderosa linha de transmissão através do Turcomenistão. A República Islâmica completou a infraestrutura até a fronteira, com a necessidade de ação agora do lado do Turcomenistão.
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O Irã exporta grandes quantidades de seu amplo suprimento de eletricidade de origem doméstica para seus vizinhos, incluindo Paquistão e Afeganistão. As vendas de eletricidade iranianas para o Iraque nas últimas duas décadas provaram ser cruciais para evitar um desastre socioeconômico, depois que uma parte substancial da capacidade de geração doméstica de Bagdá foi destruída pelas sanções ocidentais, a invasão dos EUA em 2003 e o Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e em vários outros países).
Em sua entrevista à IRNA, Farahnakian indicou que o Irã tem cinco linhas de transmissão de eletricidade ativas com o Iraque e pode aumentar as exportações de eletricidade para a Síria e o Líbano se a infraestrutura síria destruída pelo terrorismo for reparada. O Irã também planeja estabelecer conexões com as nações do sul do Golfo Pérsico.
Neste domingo, representantes da Rússia, Irã, Azerbaijão e países da Ásia Central assinaram uma declaração conjunta sobre o aumento da cooperação no trânsito, comprometendo-se a promover a coordenação e a colaboração nas operações de trânsito e transporte, incluindo a unificação tarifária, a emissão de vistos de um ano para motoristas e outros assuntos.
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O Irã aumentou constantemente suas capacidades de geração de eletricidade desde a década de 1980 como parte de uma estratégia de desenvolvimento nacional focada na industrialização e mecanização da agricultura, com a produção atingindo mais de 363 mil Gigawatts-hora (GWh) em 2021. O país exportou cerca de US$ 600 milhões (aproximadamente R$ 3,1 bilhões) em eletricidade para Iraque, Paquistão e Afeganistão durante o mesmo período, com maior capacidade de exportação prejudicada pela falta de investimento.
A Rússia e o Irã aumentaram drasticamente a cooperação econômica nos últimos meses, assinando um acordo de cooperação energética de US$ 40 bilhões (cerca de R$ 208 bilhões) para desenvolver os campos de petróleo e gás inexplorados do Irã, em julho, e concordando em expandir a cooperação na fabricação automotiva depois que os gigantes automotivos ocidentais saíram do mercado russo. Os dois países também buscaram criar alternativas ao uso de dólares e euros no comércio, além de um sistema de transferência bancária no estilo SWIFT, e se envolveram em negociações sobre a interoperabilidade dos sistemas de pagamento um do outro.
Na quinta-feira (6), o vice-primeiro-ministro russo Aleksandr Novak disse a repórteres que Moscou e Teerã estão "criando rotas e mecanismos separados relativos a acordos de troca de petróleo e gás" com o objetivo de diminuir o impacto das sanções ocidentais.
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