"Infelizmente, dentro dos muros da ONU, algo muito diferente está sendo testemunhado, como cinismo, confronto e polarização perigosa como nunca vimos na história da ONU, e, particularmente, claro, durante esta sessão", disse Nebenzya durante sessão de emergência da Assembleia Geral.
Segundo o embaixador, a situação ocorre com o objetivo de "empurrar a narrativa" contra a Rússia.
Com relação à resolução dos Estados Unidos sobre os referendos que decretaram a adesão das repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL) e das regiões de Kherson e Zaporozhie à Rússia, ele apontou que o documento "é mais um passo para a divisão da ONU".
"Como pretexto para a retomada da sessão especial, uma provocação sem precedentes e de classe baixa foi usada no Conselho de Segurança [da ONU]. Pediram-nos para apoiar um documento em que nos condenaríamos", disse Nebenzya.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Vershinin, à esquerda, ouve o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, à direita, durante reunião de alto nível do Conselho de Segurança sobre a situação na Ucrânia, em 22 de setembro de 2022
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E prosseguiu: "O que isso tem a ver com manter a paz e a segurança ou encontrar maneiras de resolver o conflito? Este é mais um passo em direção a uma divisão e escalada que temos certeza de que não é necessária para o grande número de Estados cujos representantes estão hoje [segunda-feira, 10] nesta sala."
Em 30 de setembro, os Estados Unidos e a Albânia apresentaram ao Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução para condenar os referendos de Donetsk, Lugansk, Zaporozhie e Kherson.
A Rússia vetou o documento. Brasil, Gabão, Índia e China se abstiveram.
Conforme resolução da Assembleia Geral adotada em abril, uma reunião do órgão será convocada sempre que um dos Estados-membros permanentes usar o veto no Conselho de Segurança. A Assembleia Geral deverá ser convocada no prazo de dez dias após o exercício do veto.