Conforme publicou o jornal The Wall Street Journal, as autoridades dos Estados Unidos alertaram os líderes sauditas que um corte seria visto como uma escolha clara de Riad de ficar ao lado da Rússia em relação ao conflito na Ucrânia e que a medida enfraqueceria o apoio de Washington ao país.
Diante do pedido norte-americano de adiamento dos cortes de produção da OPEP+, ainda segundo a publicação, as autoridades sauditas enviaram a Washington um "retumbante não" e avaliaram que o governo Biden busca apenas ganhar tempo antes das eleições de meio de mandato dos EUA, marcadas para 8 de novembro.
Bombas de gasolina em Frankfurt, na Alemanha
© Michael Probst
O temor dos EUA seria de que os cortes aumentem os preços dos combustíveis no país. Apesar de uma recente queda, após vendas de parte das reservas de petróleo do país, os preços já voltaram a subir nas últimas duas semanas e a expectativa é de que subam ainda mais após a decisão da OPEP+.
Diante do imbróglio, o coordenador de comunicações estratégicas do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou, mais cedo, que Washington precisa reavaliar sua relação com a Arábia Saudita. Congressistas norte-americanos também já propuseram que a venda de armas a Riad seja suspensa como forma de retaliação.
Na semana passada, a OPEP+ concordou em cortar a produção de petróleo em dois milhões de barris por dia, minando a diplomacia do governo Biden nas nações do Golfo que visa aumentar a produção em meio a uma crise global de energia potencializada pelas sanções ocidentais antirrussas.