"Isso faz parte da agenda, do portfólio desse governo e dos apoiadores dele. Isso é uma agenda cara a eles desde o início, desde 2018. Eles têm se empenhado em engajar nessa pauta desde a última eleição. Se a gente observar, eles não pararam em nenhum momento de fazer isso. Então toda vez que há alguma questão, algum problema para a administração, alguma crise no governo, eles lançam mão dessa cartilha com a qual eles fazem questão de ficar enganando seus apoiadores desde a campanha de 2018", argumenta Botelho.
"Há um inegável ganho de relevância de debates que tomam a moralidade individual ou religiosa como régua para avaliar o mundo político. Isso não quer dizer, contudo, que a economia ou a COVID-19 não tenham relevância. A crise econômica é ponto central em várias pesquisas que refletem sobre as motivações do voto e pautam, por exemplo, boa parte das comunicações da campanha de Lula", aponta Chaloub.
"Há que se olhar para a exploração de pautas morais por políticos de direita e extrema-direita, que se rotinizou no debate público e promove ataques diretos contra os que são vistos como diferentes, assim como para a construção de identidades políticas fundadas em preceitos religiosos radicalizados, que defendem publicamente a guerra contra os que não compartilham das suas crenças", destacou.