Nesta quarta-feira (12), o governo de Israel aprovou, após votação, o acordo de demarcação da fronteira marítima com o Líbano, informou o gabinete do primeiro-ministro israelense, Yair Lapid.
"O governo aprovou por esmagadora maioria as disposições do acordo com o Líbano e a proposta do primeiro-ministro, Yair Lapid, de apresentar o acordo ao Knesset [Parlamento de Israel]", disse o comunicado.
Mediado e garantido pelos Estados Unidos, o acordo é muito mais limitado do que os abrangentes de normalização que estabeleceram laços diplomáticos completos entre Israel e três estados árabes em 2020, após anos de isolamento israelense no Oriente Médio.
Um alto funcionário do governo libanês e um funcionário próximo ao Hezbollah, grupo que faz parte das negociações pelo lado de Beirute, disseram que o partido "concordou" com os termos do acordo e considerou as negociações "terminadas".
Entretanto, segundo Asher Kaufman, especialista em dinâmica da fronteira Israel-Líbano na Universidade de Notre Dame, embora ambos os países tenham afirmado que preserva seus interesses, crucialmente, a redação do acordo não cria uma fronteira internacionalmente reconhecida entre as duas nações.
"Existe um processo muito claro para tornar uma fronteira marítima reconhecida internacionalmente e este acordo não seguiu esse processo", afirmou Kaufman entrevistado pelo The Times of Israel.
O especialista ainda ressaltou que "os dois países teriam que assinar um acordo que seja sancionado internacionalmente e que especifique que eles concordam com sua fronteira compartilhada, e eu não li este texto como tal".
Contudo o The New York Times, ao escrever sobre o assunto, disse que o acordo deve criar novas fontes de energia e renda para ambos os países, dando ao Líbano maior margem de manobra no futuro para resolver suas crises energéticas e financeiras.
O jornal norte-americano também destaca que Tel Aviv e Beirute ainda não formaram laços diplomáticos e seu pacto tomará a forma de dois acordos separados com Washington – um entre Israel e os Estados Unidos e outro entre os Estados Unidos e o Líbano – em vez de um acordo direto entre Israel e Líbano, segundo um alto funcionário ocidental e um alto funcionário israelense familiarizado com os termos do acordo e citados pela mídia.