Apesar do revés na Justiça norte-americana, que considerou há poucas semanas que não é possível responsabilizar os fabricantes de armas quando as pessoas usam armas para o propósito pretendido, o México segue tentando resolver seus problemas de segurança pública.
Marcelo Ebrard, chanceler do México, anunciou que o país latino-americano apresentou uma segunda denúncia contra cinco empresas perante um tribunal do Arizona. Ele explicou que o México busca acabar com o tráfico de armas dos Estados Unidos .
"Já o apresentamos e não vamos desistir", disse o chefe do Ministério das Relações Exteriores.
De acordo com os argumentos do México, os arsenais réus violaram as leis do Arizona ao vender armas e promovê-las como de estilo militar.
Além disso, as autoridades mexicanas alegam que essas empresas fazem o contrário do que é exigido para minimizar o fluxo de armas para o México, "as mesmas que que estão nas mãos do crime organizado".
"Através do fornecimento de armas de fogo aos traficantes que armam os cartéis, cada réu participa regularmente com um ou mais cartéis de drogas no México, incluindo o Cartel de Sinaloa e o Cartel de Nova Geração de Jalisco", diz o processo.
O México lembrou que os réus têm essa notória distinção há anos no tráfico de armas para o país latino-americano.
"As armas que os réus traficam para o México incluem armas de atirador calibre .50, rifles que podem derrubar helicópteros e penetrar em veículos blindados leves e vidro à prova de balas; fuzis de assalto AK-47 e rifles AR-15", alegam as autoridades mexicanas.
A queixa, aponta o texto, não desafia o direito dos americanos de portar armas, "Este processo fala de uma causa comum tanto do México quanto dos Estados Unidos, duas nações soberanas cujos cidadãos sofrem quando os traficantes de armas ao longo de nossa fronteira compartilhada abastecem ilegalmente o mercado criminoso no México", diz o documento.
A ação movida pelo governo mexicano cita as seguintes empresas: Diamondback Shooting Sports, Inc; SnG Tático; Munição AZ; Esportes de Sprague; e The Hub. Todas comercializam e vendem variados fuzis de assalto.
O México estimou que 2,2% das quase 40 milhões de armas fabricadas anualmente nos Estados Unidos são contrabandeadas para o México, incluindo cerca de 597 mil armas fabricadas pelos réus.
O governo do país entende que o contrabando tem sido um fator chave para os aumentos nos números de mortes relacionadas a armas. O país também alegou sofrer muitos outros danos, incluindo o declínio do investimento e da atividade econômica e a necessidade de gastar mais em aplicação da lei e segurança pública.