O acordo de reconciliação foi assinado em Argel, na Argélia, com a promessa de chamar novas eleições em outubro. Na ocasião, estavam presentes importantes autoridades do partido Fatah, do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e do grupo Hamas, que atualmente governa Gaza.
Além de eleições para a presidência e para o Conselho Legislativo Palestino, que atua como um parlamento para palestinos na Cisjordânia e em Gaza, o tratado também estipula eleições para o Conselho Nacional Palestino.
Argélia. Argel. As facções rivais palestinas assinaram um acordo ontem [13] para resolver a discórdia. As eleições serão realizadas dentro de um ano. Presentes estavam Azzam al-Ahmed , do Fatah, Ismael Haniyeh, do Hamas, e líderes e representantes de quatorze outras facções palestinas.
"Assinamos este acordo para nos livrarmos do câncer maligno da divisão que entrou no corpo palestino", disse o chefe da delegação do Fatah, Azzam al-Ahmed. "Estamos otimistas de que será implementado e não permanecerá tinta no papel", acrescentou.
O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, disse que foi "um dia de alegria na Palestina e na Argélia e para aqueles que amam a causa dos palestinos, mas um dia de tristeza para a entidade sionista", referindo-se ao Estado de Israel.
Fatah e Hamas estão em desacordo desde as eleições de 2006, que foram vencidas pelo Hamas, mas nunca reconhecidas pela comunidade internacional. No ano seguinte, o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza, com o Fatah ficando responsável por algumas áreas na Cisjordânia administradas por palestinos.
As primeiras eleições desde a divisão estavam marcadas para o ano passado, mas foram canceladas por Mahmoud Abbas.
O presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, que mediou o acordo, observou, em um discurso durante a cerimônia de assinatura, no Palácio das Nações da capital argelina, que Yasser Arafat usou o mesmo prédio para anunciar a independência do Estado da Palestina, em 1988.
Segundo o jornal The Times of Israel, "o acordo foi assinado com pompa e cerimônia na presença de embaixadores estrangeiros e uma banda militar, que tocou os hinos nacionais da Palestina e da Argélia".
A participação do governo argelino no evento ocorre semanas antes do país sediar uma cúpula da Liga Árabe, que vem sendo pressionada pelos EUA a estreitar relações com Israel na esteira dos acordos de Abraão.
29 de setembro 2022, 22:02