Segundo escreve o autor, as consequências da guerra econômica global que o Ocidente coletivo está travando contra a Rússia provavelmente serão sentidas ao longo de décadas.
"Vivemos agora em um mundo de rivalidade entre grandes potências, nacionalismo econômico e desconexão tecnológica. Os riscos de uma nova guerra econômica ainda não são nucleares, mas já estão altíssimos – mesmo para os EUA", destaca Zakaria.
De acordo com colunista, o "perigo principal" para Washington consiste em que essa guerra econômica global está em grande parte sendo conduzida pelos Estados Unidos sozinhos "usando o status único do dólar como sua arma".
Ao mesmo tempo, muitos países importantes – Arábia Saudita e outros Estados do golfo Pérsico, Índia, Turquia, Indonésia e, acima de tudo, a China – estão procurando maneiras de se livrar da moeda dos EUA e escapar do longo alcance do poder econômico de Washington, alerta o colunista.
Em sua opinião, o presidente dos EUA Joe Biden deve anunciar que Washington está usando "essa arma" alegadamente apenas "por causa do desafio sem precedentes" da Rússia e que ele não a usará "em circunstâncias normais". Caso contrário, de acordo com o colunista, os historiadores se lembrarão desta época "como o momento em que os países por todo o mundo começaram a reduzir sua dependência da América" e Washington começou a "perder, como disse um presidente francês, seu 'privilégio exorbitante' de ter uma moeda de reserva mundial".
Os países ocidentais impuseram novas sanções contra Moscou após o início da operação especial do Exército russo para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia. Mas a ruptura das cadeias de suprimentos levou a problemas econômicos na Europa e nos EUA, principalmente à subida dos preços de alimentos e combustíveis. O Kremlin chamou as sanções ocidentais de guerra econômica sem precedentes.