Panorama internacional

Especialistas: China aprende com Ocidente como usar sanções para 'proteger seus interesses’

A China tem formas de se defender no caso de países ocidentais aplicarem "unilateralismo" contra suas indústrias ou cidadãos, afirmam especialistas em declarações à Sputnik.
Sputnik
A China tem se insurgido contra a política de sanções unilaterais do Ocidente, defendendo a colaboração internacional face à pressão desses países. Durante seu discurso no 20º Congresso do Partido Comunista da China, o líder chinês Xi Jinping prometeu que o país responderá a qualquer forma de hegemonia ou uso de força.
Na opinião de Aleksandr Lomanov, vice-diretor do Instituto de Economia Mundial e Relações Internacionais (IMEMO, na sigla em russo) E. M. Primakov em Moscou, pertencente à Academia de Ciências da Rússia, a China usará tanto métodos simétricos como assimétricos em resposta às restrições ocidentais.
"A China já está 'aprendendo' com as grandes potências ocidentais como usar as sanções para exercer pressão quando precisa proteger seus interesses. É evidente que a China não usará esta estratégia de forma proativa, nem abusará dela", apontou Lomanov à Sputnik, acrescentando, no entanto, que responderá na mesma moeda contra medidas como taxas alfandegárias, barreiras comerciais e sanções pessoais a políticos e funcionários.
O especialista vê tais ações por parte do Ocidente como tentativas de aproveitar o que considera ser sua superioridade nas áreas tecnológica, econômica, financeira e bancária. A China desconhece essa filosofia, mas os políticos e economistas do país desenvolverão medidas de proteção após o 20º Congresso do Partido Comunista da China que serão construídas com base nas necessidades dos Estados que participarem das sanções antichinesas, para as dissuadir, segundo o vice-diretor do IMEMO.
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Wang Zhimin, diretor do Instituto de Globalização e Modernização da China, nota que o mundo enfrenta as mais profundas mudanças em um século, tanto tradicionais como não tradicionais, incluindo a "ascensão coletiva dos países em desenvolvimento, a transformação da governança global e a evolução acelerada do cenário internacional". Já entre as ameaças Zhimin aponta dois tipos de "unilateralismo".
"Um deles é o unilateralismo da era [do presidente americano Donald] Trump [2017-2021], que ignora os interesses dos aliados. O outro é o pseudomultilateralismo da era [de Joe] Biden, que procura atrair aliados para formar diferentes facções", explica à Sputnik. Enquanto isso, sublinha ele, a China, contrário dos EUA, apoia o verdadeiro multilateralismo para resolver os problemas globais e o desenvolvimento socioeconômico, com base em ganho mútuo.
"A China é um grande país fabricante e ocupa um lugar extremamente importante na indústria global. Além disso, tem sido o principal parceiro comercial global durante dez anos, tornou-se um grande motor por trás do crescimento da economia global, e o maior mercado do mundo. Recentemente, o chanceler alemão [Olaf Scholz] e o comissário comercial da UE [Valdis Dombrovskis] declararam que a separação da China não é do interesse da maioria dos países", diz Wang Zhimin.
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