Após o anúncio feito pela Austrália ontem (17) de que não mais reconheceria Jerusalém como a capital de Israel, o primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, criticou a decisão de Camberra e disse esperar que o governo australiano trate futuras questões com mais "seriedade e profissionalismo".
"À luz da maneira como a decisão foi tomada na Austrália, como uma resposta precipitada a notícias incorretas na mídia, só podemos esperar que o governo australiano administre outros assuntos com mais seriedade e profissionalismo. Jerusalém é a capital eterna de Israel unido e nada vai mudar isso", disse Lapid em comunicado citado pelo The Times of Israel.
O premiê acrescentou que como regra geral, Israel não definiu as capitais de outras nações, então outros países não deveriam fazê-lo para o Estado judeu. Ao mesmo tempo, o Ministério das Relações Exteriores israelense afirmou que Tel Aviv "expressa sua profunda decepção" com a decisão, chamando-a de resultado de "considerações políticas míopes".
A pasta também convocou o embaixador australiano no país, Paul Griffiths, e disse que a medida foi uma "decisão deplorável que ignora a conexão profunda e eterna entre Israel e sua capital histórica, e vai contra os laços positivos entre Israel e Austrália", segundo a mídia.
Entretanto, o lado palestino comemorou a decisão australiana, com o ministro de Assuntos Civis da Autoridade Palestina, Hussein al-Sheikh, declarando que "saudamos a decisão da Austrália em relação a Jerusalém e seu apelo por uma solução de dois Estados de acordo com a legitimidade internacional".
Ontem (17), a ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, anunciou que o país reverteu, oficialmente, a decisão do governo anterior de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.
Segundo Wong, "a Austrália está comprometida com uma solução de dois Estados na qual Israel e um futuro Estado palestino coexistam, em paz e segurança, dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas. [...] Não apoiaremos uma abordagem que prejudique essa perspectiva", afirmou a ministra conforme noticiado.