O dinheiro foi retido por meio de uma cláusula incluída na Lei de Dotações de 2021, aprovada no final de dezembro de 2020.
Do montante de US 1,3 bilhão (R$ 6,83 bilhões) em ajuda total, 75 milhões (R$ 394,3 milhões) dessa quantia "serão retidos até que o secretário de Estado determine e informe o Comitê de Dotações que o governo do Egito está fazendo progressos claros e consistentes na libertação de presos políticos e no devido processo legal".
Ezzat Saad, ex-vice-ministro das Relações Exteriores do Egito e ex-embaixador egípcio na Rússia, disse à Sputnik na quarta-feira (19) que os 75 milhões são uma quantia "pequena demais" para ser uma preocupação, mas que isso demonstra a importância de o Cairo aumentar sua cooperação com China e a Rússia.
"Os Estados Unidos praticam a chamada 'diplomacia coercitiva' em sua política externa. Ela inclui ameaças de parar a ajuda ou impor sanções se um parceiro não se comportar da maneira que Washington quer", explicou Saad.
"Agora, os EUA não estão satisfeitos com a continuação da cooperação entre Moscou e o Cairo, então a principal 'democracia' do mundo tirou do armário a velha justificação para as sanções: a violação dos direitos humanos. Mas o desejo do lado americano de ensinar como viver e com quem cooperar são de pouco interesse para o Egito", ressaltou ele.
"Os EUA estão ameaçando reter US$ 75 milhões em assistência militar: só que, para nós, este valor é muito pequeno e não oferece assistência significativa. Temos cooperado com a Rússia e a China e continuaremos a fazê-lo: mesmo que Washington siga fazendo pressão".
Desde 1979, o Egito tem sido um dos maiores receptores do financiamento militar estrangeiro dos EUA, totalizando US $1,3 bilhão no ano passado.