Segundo Danilov, a língua russa representaria uma ameaça para o regime ucraniano.
"A língua russa em geral deve desaparecer de nosso território como elemento de propaganda hostil e lavagem cerebral de nossa população", disse Danilov em entrevista a um programa de TV.
Danilov afirmou que a "narrativa" sobre a necessidade de se alcançar um entendimento mútuo com os ucranianos de língua russa é altamente perigosa para o Estado. Ao mesmo tempo, o funcionário pediu o estudo obrigatório de inglês no país, além da língua ucraniana.
"Plantar essas narrativas russas aqui é uma coisa muito, muito perigosa. Presumivelmente temos que entender uns aos outros, quem são eles, o que são. Veja, não precisamos de nada deles. Deixe-os se livrar de nós, deixe-os ir para seus pântanos e coaxar em sua língua russa", disse Danilov.
O funcionário do regime de Vladimir Zelensky, presidente da Ucrânia, ainda reclamou do grande número de especialistas ucranianos que usam o idioma russo na televisão. O apresentador do programa, então, sugeriu a criação de uma lista de figuras públicas ucranianas que falam russo.
Com base no censo de 2001, mais de 14,3 milhões de ucranianos, ou quase 30% da população do país, tinham o russo como língua nativa. Desde o golpe Maidan, em 2014, Kiev adotou uma série de políticas destinadas a regular e limitar o uso da língua russa na TV e em locais públicos, inclusive nos setores de educação e serviços.
A discriminação contra a população de língua russa levou a uma guerra civil na Ucrânia, que resultou na declaração de independência das repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL) — que apelaram à Rússia por ajuda para se defender contra a agressão ucraniana, no fim de fevereiro.
Enquanto isso, o presidente russo, Vladimir Putin, disse na última sexta-feira (14) que a abolição da língua ucraniana na Rússia é ilegal, uma vez que é uma das línguas estatais na Crimeia.