Giuseppe Conte, líder do partido italiano Movimento 5 Estrelas e ex-primeiro-ministro do país (2018-2021), exortou na quinta-feira (20) a parar novas entregas de armas a Kiev, pedindo uma resolução pacífica do conflito na Ucrânia.
"Nossa posição é clara. Acreditamos que as conversações de paz são necessárias no momento. Países como os EUA continuam entregando armas aos ucranianos. Não creio que isto agora seja uma prioridade", opinou Conte em declarações a jornalistas após seu encontro com Sergio Mattarella, presidente da Itália.
Conte afirmou que o gabinete do premiê cessante Mario Draghi se recusou a discutir abertamente a questão e a levou ao Comitê Parlamentar para a Segurança da República da Itália, cujas sessões são confidenciais.
"Em outros países, na Alemanha e nos EUA, as informações sobre a entrega de armas são publicadas em portais, não classificadas", disse Conte. Ele acrescentou que não há contradição na posição da liderança do partido Movimento 5 Estrelas, que exige que a clara orientação euroatlântica da Itália seja mantida, e que as novas entregas de armas a Kiev sejam suspensas.
"Se você conceber nossa posição euroatlântica como obediência cega a decisões tomadas em outro lugar, há uma contradição. Mas, se você acredita que a Itália pode se tornar a figura central nas decisões da Aliança do Tratado do Atlântico Norte, e que nosso país pode contribuir para o pivô das negociações, não há contradição", disse Conte.
A Rússia iniciou sua operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro, após pedidos de ajuda das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk contra uma ofensiva de Kiev, e para prevenir a continuação de ataques a russófonos ou território russo. Em resposta, os países ocidentais têm fornecido a Kiev ajuda humanitária, militar e financeira, e sancionado a Rússia.
Moscou denunciou o fluxo de armas para a Ucrânia por parte do Ocidente, apontando que ele só acrescenta lenha à fogueira, e avisou que qualquer suprimento em território ucraniano seria "alvo legítimo" para as forças russas.