"São aeronaves de primeira linha, aeronaves de caça, aviões de combate. Essas aeronaves exercem múltiplas funções. Funções de interceptação, combate aéreo, garantia de superioridade aérea, combate aéreo com outras aeronaves e operações de ataque — ataque a alvos em solo, a alvos navais, de reconhecimento", afirma Barbieri em entrevista à Sputnik Brasil, ressaltando que, além da transferência de tecnologia, parte do arcabouço técnico do Gripen foi desenvolvido em parceria com brasileiros.
"É uma aeronave que está, do ponto de vista tecnológico, entre as mais avançadas do mundo. Não acredito que, no Brasil, ao longo da história, tenhamos tido uma aeronave com um nível tecnológico tão próximo, digamos assim, da fronteira tecnológica", afirma.
FAB sofre com política fiscal e precisa de mais investimentos
"A Força Aérea Brasileira vem avançando dentro de um processo de modernização dos seus meios. Novas aeronaves, novos equipamentos, novos armamentos e novas doutrinas de aplicação dessas aeronaves e desses equipamentos, que vêm colocando a Força Aérea Brasileira em uma capacidade operacional muito maior ao longo desse tempo", aponta.
"Há uma carência de recursos, e isso causa impacto. Muitos projetos têm sido postergados, [...] em outros projetos a quantidade de encomendas vem sendo reduzida e outros projetos, inclusive, foram cancelados", aponta.
"De um lado prejudica essa modernização. Nós temos uma quantidade insuficiente de aeronaves, apesar de serem aeronaves modernas, que vêm sendo incorporadas. E [a falta de investimento] prejudica a indústria brasileira e o desenvolvimento tecnológico nacional", aponta.
Atrás das grandes potências, FAB se destaca na região
"Quando analiso a Força Aérea Brasileira dentro desse processo de modernização comparado, por exemplo, com as demais forças aéreas da América Latina, nós temos uma capacidade operacional, militar e, principalmente, uma capacidade de desenvolvimento tecnológico dentro do país que nos coloca muito à frente de qualquer outro país da América Latina", disse o especialista.
"Se nós formos comparar com países que também têm populações grandes, dimensões continentais, amplos recursos naturais, que têm uma posição geopolítica mais destacada, como o Brasil, [...] vamos verificar que a nossa Força Aérea Brasileira, apesar dos avanços e da modernização, tem uma quantidade de meios muito aquém das nossas necessidades, muito aquém de países equivalentes a nós", aponta.
"Há necessidade de se priorizar os investimentos em defesa, [eles] são fundamentais tanto para a soberania do país quanto para o nosso desenvolvimento tecnológico", conclui.