Budapeste ironizou sobre as críticas do presidente francês Emmanuel Macron quanto aos preços praticados pelos EUA na venda de seu gás para a Europa.
Na sexta-feira (21) Macron criticou o fato de Washington vender gás natural liquefeito (GNL) produzido nos EUA aos consumidores europeus por um preço três ou quatro maior que o praticado no seu mercado interno.
"Quando você tem preços de energia americanos muito inferiores aos nossos e seu produtor de hidrocarbonetos [EUA] os vende três ou quatro vezes mais caro do que vende a seus industriais", há "um duplo padrão implícito, que é um problema real de aproximação e sinceridade no comércio transatlântico", sublinhou Macron.
Gergely Gulyas, chefe do gabinete de Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, lembrou que seu governo chamou repetidamente a atenção para este problema.
"Podemos acolher a declaração com um 'Bom dia!'. Já lhes dissemos muitas vezes que as empresas [europeias] têm que competir a preços muito altos em termos de custos de energia, porque, por exemplo, nos EUA, eles oferecem [os combustíveis] às empresas a um quarto ou até mesmo a um sexto do preço", disse o alto responsável em uma coletiva de imprensa no sábado (22).
Segundo o Grupo Internacional de Importadores de Gás Natural Liquefeito, de janeiro a junho de 2022 as exportações dos EUA para a Europa totalizaram 27 milhões de toneladas, representando quase 70% de todas as exportações americanas de GNL. Este aumento aconteceu em meio ao corte do gás russo à Europa desde o começo da operação especial na Ucrânia em fevereiro, após a imposição de sanções à Rússia e a recusa de importar ou pagar pelo transporte em rublos.