Cientistas da China afirmam tem descoberto a causa de a lava ter fluido na superfície da Lua há dois bilhões de anos, quando ela devia passar por uma fase fria e "morta".
Desde que as missões lunares americana Apollo e soviética Luna, recolheram amostras lunares, a comunidade científica tem acreditado que o satélite natural da Terra cessou sua atividade geológica há três bilhões de anos. No entanto, as novas amostras lunares da missão chinesa Chang'e-5 revelaram em setembro de 2022 que a atividade vulcânica se intensificou há cerca de dois bilhões de anos.
O comunicado de sexta-feira (21) do portal EurekAlert explica que a equipe simulou a cristalização fracionada e o derretimento do manto lunar, comparando 27 rochas basálticas trazidas pela missão Chang'e-5 com basaltos fornecidos pela missão Apollo. Os cientistas descobriram que o magma de fonte jovem detectado pela Chang'e-5 tinha um teor mais alto de óxido de cálcio e dióxido de titânio do que os magmas da missão Apollo mais antigos.
A equipe do Instituto de Geologia e Geofísica da Academia de Ciências da China (IGGCAS, na sigla em inglês), liderada pelo professor Chen Yi, concluiu que a diminuição do ponto de fusão do manto lunar, devido à presença de componentes como o cálcio e titânio, que derretem facilmente, ou o aumento de temperatura, explicam o fenômeno de vulcanismo nesse período.
"Descobrimos que o magma coletado por Chang'e-5 foi produzido a profundidades semelhantes, mas a uma temperatura 80 °C mais fria do que os magmas Apollo mais antigos. Isso significa que o manto lunar sofreu um resfriamento lento e sustentado de 80 °C entre três bilhões e dois bilhões de anos atrás", concluiu dr. Su Bin, primeiro autor do estudo publicado na revista Science Advances.
"Este é um resultado fascinante, que indica uma contribuição significativa do acúmulo oceânico tardio de magma lunar para a formação vulcânica", resumiu.