"Obviamente, haverá muito mais moedas alternativas a serem usadas pelos países para transações mútuas comerciais. Isso vai minar o papel do dólar no futuro", observou Whiton na abertura do 19º Encontro Anual do Clube Valdai de Discussões Internacionais.
Ele acrescentou que a importância da moeda dos EUA no mundo moderno já está sendo questionada à medida que cada vez mais países optam por usar moedas alternativas para transações mútuas.
"Washington não tem o poder que tinha antes. A China está tentando sair das sanções financeiras, ajudando a Rússia a superá-las. Já foram introduzidas obrigações de dívida baseadas em yuan, enquanto Brasil, Índia, Indonésia e os países do golfo Pérsico estão tentando ignorar as sanções impostas pelos EUA. Isso prejudicará o papel do dólar e os países vão mudar para moedas alternativas", observou Whiton.
Mas, na opinião dele, seria prematuro falar de um declínio completo do papel dos EUA, isso seria um erro.
"O país está em condições muito melhores do que a Europa. Estamos fornecendo gás liquefeito para a Europa. O crescimento econômico chinês não é significante […] Mas está ficando mais difícil para o Congresso dos EUA gastar dinheiro, e à Reserva Federal está ficando mais difícil aumentar a emissão de dinheiro sem aumentar a inflação", disse especialista norte-americano.
Anteriormente, Ali Akbar Velayati, assessor do líder supremo do Irã para assuntos internacionais, disse à Sputnik que o fato de a Rússia e China terem decidido deixar de usar o dólar no seu comércio bilateral representa "um progresso muito bom" na contestação da hegemonia de Washington no Fundo Monetário Internacional (FMI).
O Novo Banco de Desenvolvimento, o banco do BRICS, é um claro exemplo dessa busca por uma nova ordem econômica, mas vai além disso. A desdolarização tem levado à realização de transações comerciais em outras moedas, à desvinculação das reservas internacionais do dólar e até mesmo ao surgimento de alternativas cambiais digitais.