Panorama internacional

Ministro russo diz que teto de preço do gás pode desestabilizar o mercado global de energia

A introdução de um teto de preços do gás russo pode desestabilizar ainda mais o mercado internacional de energia e afetar tanto os produtores quanto os consumidores de gás, disse o ministro russo da Energia, Nikolai Shulginov, nesta terça-feira (25).
Sputnik
"A ideia de impor um teto de preço ao gás, que é apoiada por vários países da União Europeia [UE], ameaça desestabilizar ainda mais os mercados de energia, levando a consequências negativas tanto para os consumidores quanto para os produtores de gás", disse o ministro durante seu discurso em uma reunião ministerial do Fórum dos Países Exportadores de Gás (GECF, na sigla em inglês).
Shulginov acrescentou que as sanções impostas contra a Rússia em resposta à sua operação militar especial na Ucrânia e os planos dos países europeus de parar completamente a importação de combustíveis fósseis russos levaram a um aumento sem precedentes dos preços do gás e grandes interrupções nas cadeias de suprimentos.
"É óbvio que a atual crise energética é causada pelo homem. Uma das principais razões são as restrições unilaterais ilegais", observou Shulginov, acrescentando que os países do GECF devem trabalhar para mitigar o efeito negativo dessas sanções para o mercado internacional de energia.
Os ministros do GECF expressaram preocupação com as tentativas de estabelecer um teto de preços, pois tais decisões podem levar a escassez de mercado e saída de investimentos, disse a organização em comunicado.
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Após o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, em fevereiro deste ano, e a adoção de vários pacotes de sanções contra Moscou pelo Ocidente, os preços da energia dispararam na Europa, colocando a segurança energética em alta, tanto na agenda global quanto na nacional. Ao mesmo tempo, a UE tem procurado alternativas ao gás natural russo, pois prometeu acabar com sua dependência do fornecimento de energia da Rússia. Os países do bloco também estão discutindo a introdução de um teto de preços no fornecimento de gás da Rússia semelhante ao sugerido pelo G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) para o petróleo russo transportado por via marítima.
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