Senadores protocolaram, na noite desta terça-feira (25), um pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de assédio eleitoral cometido por empresários e prefeitos.
O empenho para a criação da CPI foi liderado pelo senador Alexandre Silveira (PSD-MG), que reuniu 28 assinaturas de apoio ao pedido de CPI, uma a mais do que o necessário, e apresentou o requerimento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Ao apresentar o requerimento, o senador argumentou que o objetivo da CPI é apurar denúncias de assédio eleitoral por parte de "empresários, gerentes de empresas e até mesmo de prefeitos municipais que ameaçam trabalhadores e trabalhadoras, exigindo ou induzindo a que votem no presidente Jair Bolsonaro, ou ainda oferecendo prêmios ou recompensas para quem assim o fizer". Silveira destacou que o assédio eleitoral é um crime previsto no Código Eleitoral.
"Empresários, gerentes de empresas, agentes públicos e até mesmo governadores vêm, de forma inadequada, ameaçando e chantageando trabalhadores a votar em determinado candidato à presidência da República", disse o senador, segundo noticiou a Agência Senado.
O senador destacou um caso denunciado no último sábado (22), ocorrido em Betim (MG), onde funcionários de um frigorífico foram obrigados a vestir camisas com o slogan de campanha e o número do partido de Jair Bolsonaro (PL). Os trabalhadores também foram obrigados a participar de um comício em prol de Bolsonaro realizado nas dependências da empresa no horário de almoço.
Ao receber o requerimento, Pacheco afirmou que vai adotar o "rito de praxe" em relação ao andamento de CPIs. Ele também disse que vai aguardar o parecer da Advocacia do Senado. Porém, ele enfatizou que o Senado somente analisará pedidos de abertura de CPIs após a votação do segundo turno das eleições, no próximo dia 30.