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Ex-secretária chinesa de Hunter Biden representou 'ameaça à segurança nacional', dizem republicanos

Propensos a retomar a Câmara dos Representantes e, possivelmente, o Senado após as eleições de 8 de novembro, os legisladores do Partido Republicano prometeram intensificar as investigações sobre Hunter Biden, seu tio Jim e seu pai, o presidente dos EUA Joe Biden.
Sputnik
A ex-secretária sino-americana de Hunter Biden, JiaQi "Jackie" Bao, pode ter representado uma "ameaça à segurança nacional" e suas ligações com a família do presidente dos EUA devem ser investigadas pelo FBI, alertou um importante investigador republicano.
"Os republicanos do comitê estão preocupados que Hunter Biden possa ter sido comprometido pela República Popular da China [RPC] e serviços de inteligência estrangeiros", escreveu em carta ao diretor do FBI, Christopher Wray, o deputado James Comer, membro do Comitê de Supervisão e Reforma da Câmara, segundo os meios de comunicação.
A assistente do primeiro filho do presidente norte-americano, de 29 anos à época, contratada em 2017, quando ele entrou nos negócios com o secretário-geral do conglomerado de energia chinês CEFC, Patrick Ho, que forneceu a Hunter Biden "informações internas sobre a compra de reservas de gás natural [liquefeito] nos Estados Unidos para vender para a China, tiveram acesso às informações financeiras da família Biden e entraram em contato com agentes afiliados ao PCC em nome dos Biden", alertou o republicano.
"Depois de se infiltrar na família Biden, Bao pediu a Hunter que incentivasse Joe Biden a concorrer à presidência meses antes de ele o anunciar e, em seguida, forneceu à família Biden conselhos de campanha relacionados à China", acrescenta a carta.
Antes de ser empregada pela família Biden, acrescentou o legislador, Bao supostamente trabalhou para "a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC, na sigla em inglês) [do governo chinês]". Esta comissão, disse Comer, supervisiona o planejamento macroeconômico da China e, portanto, "estava ligada ao Partido Comunista da China [PCC]".
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Bao, que "participou de negociações com empresas de energia dos EUA e ajudou a executar transações financeiras", disse ostensivamente a Hunter Biden, Jim Biden e associados da CEFC em um e-mail referente a uma potencial compra de gás natural liquefeito (GNL) dos EUA pela China que "meu trabalho é para garantir que nossos interesses sejam protegidos."
Referenciando documentos obtidos pelos republicanos do Comitê, Comer disse que Hunter Biden se referiu aos fundadores e presidente da CEFC, Ye Jianming, como seu "parceiro" e ao vice-presidente da CEFC, Patrick Ho, condenado depois por suborno, como seu cliente. Ele também teria chamado Ho de "chefe de espionagem da China" em uma gravação de áudio datada de maio de 2018 e recuperada de uma cópia do disco rígido de seu laptop.
O conteúdo do computador, supostamente abandonado por Hunter em uma oficina em Delaware, ganhou as manchetes pela primeira vez em 2020, depois que a mídia divulgou vários e-mails do dispositivo, juntamente com outros dados, incluindo fotos nuas de Hunter e vídeos de conteúdo gráfico. Eles foram originalmente descartados pela maioria dos meios de comunicação e empresas de mídia social dos EUA como parte de uma "operação de desinformação russa". No entanto, alguns meios de comunicação confirmaram que o laptop era autêntico no início deste ano e que as informações contundentes contidas no dispositivo eram genuínas em meio às investigações em andamento do Departamento de Justiça sobre os impostos de Hunter Biden e o duvidoso trabalho de consultoria estrangeira.
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Em conclusão de sua carta recente, James Comer pediu a Christopher Wray que compartilhasse com os republicanos documentos e comunicações sobre JiaQi Bao, incluindo "todos os documentos e comunicações sobre os esforços da CEFC para comprar energia americana e se infiltrar na família Biden". Ele acrescentou que o Partido Republicano considerou "preocupante" a aparente falta de interesse do FBI pelos negócios da família Biden.
Hunter Biden está atualmente sob investigação federal, com uma investigação liderada pelo procurador dos EUA Weiss em Delaware dizendo ter reunido "evidências suficientes" para acusar Hunter, de 52 anos, de crimes fiscais e mentiras sobre seu abuso de drogas para comprar uma arma.
Além da intensificação das investigações sobre Hunter, alguns congressistas também se comprometeram a iniciar um processo de impeachment contra o presidente em exercício caso os republicanos tomem o Senado.
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