Enquanto várias vozes de elites americanas partem de posições de competição com a China, inclusive chamando Pequim de "agressiva" e "provocadora de confronto", a fonte de tal hostilidade vem de Washington, aponta um editorial de quarta-feira (26) do jornal chinês Global Times.
O artigo observa que as relações bilaterais sino-americanas "certamente" se transformaram nos últimos anos em uma "espiral de hostilidade sem fim à vista". Neste sentido, eles comentam que "a resposta e as contramedidas da China são, por natureza, uma defesa legítima".
"As várias ações de Washington contra Pequim são como passar intencionalmente em frente ao carro de outra pessoa na estrada. Se for encontrado um arranhão ou se acontecer um acidente grave, os EUA certamente devem assumir total responsabilidade", dizem eles.
O Global Times também citou o relatório apresentado no 20º Congresso do Partido Comunista da China, que reafirma a disponibilidade da China para expandir ainda mais a cooperação com o mundo. Ele reitera a oposição à hegemonia, unilateralismo, mentalidade da Guerra Fria, interferência nos assuntos internos de outros países e padrões duplos, sem mencionar algum país.
Também afirma que o modelo de modernização da China é diferente do do Ocidente, mas é um "desenvolvimento pacífico".
"Não há nenhum gene hegemônico ou militarista no sangue do povo chinês", insiste o jornal.
Em contraste, menciona a mídia, a nova Estratégia de Segurança Nacional dos EUA vê a China como o único concorrente com a intenção e meios de remodelar a ordem internacional.
"Este é um exemplo típico de projeção do que os EUA estão fazendo à China. Somente aqueles que estão acostumados a ameaçar os outros veem todos os outros como uma ameaça", indica o editorial.
Embora Pequim sempre tenha aderido aos princípios de respeito mútuo, cooperação mutuamente benéfica e coexistência pacífica, a população chinesa "não pode e não deve engolir insultos e humilhações" diante da "repressão e intimidação" de Washington, segundo o jornal.
Ao mesmo tempo, o Global Times insta a Casa Branca a "receber completa e precisamente os sinais" enviados pelo 20º Congresso do Partido Comunista da China, além de "corrigir sua percepção estratégica" da China a fim de impulsionar as relações bilaterais para um desenvolvimento "saudável e estável". Isso, conclui, será mutuamente benéfico, e esperado pela comunidade internacional.