"Tem gente ali que está esperando a fagulha acender. São pessoas perigosas. Não podemos deixar de dizer que são perigosas, porque são pessoas que estão ali atrás de alguma coisa. Elas não estão ali por acaso", afirmou Werneck durante a entrevista, acrescentando que o público desses grupos é predominantemente masculino e prega a realização de golpes e a instauração de ditaduras.
Defesa falsa da liberdade de expressão serve de escudo para extremistas
"Houve um crescimento, sim, nessa onda do crescimento da extrema-direita a nível global. Esse crescimento, no Brasil, se dá também escorado nesse discurso da liberdade de expressão, um discurso que a extrema-direita contemporânea — ou nova direita, como a gente tem chamado no Brasil — utiliza para escorar o discurso de ódio às minorias", afirma o pesquisador em entrevista ao podcast da Sputnik Brasil, lembrando que o direito constitucional à liberdade de expressão não dá margem para a apologia do nazismo, o que é crime no Brasil.
"Isso passa por um negacionismo histórico. Existem muitos desses autores neonazistas no Brasil que fazem um esforço não só de revisionismo histórico, mas de negacionismo histórico, do Holocausto, por exemplo", aponta.
"O neonazismo é mais forte na sociedade brasileira, especialmente no sul do país, do que a gente imagina. [...] É um problema que vai sendo construído longe do olhar do público. E aí, quando a gente se dá conta, cresceu demais e fica mais difícil de combater", afirma.