Panorama internacional

EUA perderam liderança global em energia nuclear, diz chefe da AIEA

Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), disse neste sábado (29) que Washington deve "andar a pé" se quiser recuperar o primeiro lugar na emissão de energia nuclear.
Sputnik
Os EUA não são mais líderes na indústria civil de energia nuclear, tendo perdido seu lugar para a Rússia e a China, disse o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.
As declarações foram feitas poucas semanas após a mídia ter apontado que a indústria nuclear dos EUA está dependente de urânio da Rússia.
Grossi fez seus comentários enquanto falava em uma conferência realizada pelo think tank Carnegie Endowment for International Peace (CEIP, na sigla em inglês).
O presidente do CEIP, Mariano-Florentino Cuellar, perguntou para ele se a indústria nuclear civil dos EUA pode recuperar a proeminência, considerando que "os EUA não são o mesmo ator econômico em tecnologia nuclear comercial" que Rússia e China.
Grossi respondeu que "este é um desafio para a América", admitindo que os EUA "perdeu essa liderança". Ele reforçou a posição do Estado norte-americano, que já manifestou interesse em "reconquistar essa liderança".
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Mas, antes, "claro, você tem que andar a pé", disse Rafael Grossi, que também elogiou os modelos de negócios mais "flexíveis" da Rússia e da China, que permitem que exportem tecnologia nuclear para o exterior.
Ele expressou confiança de que os EUA têm capacidade tecnológica para fortalecer sua indústria nuclear doméstica e expandir para mercados estrangeiros.
A secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, disse no mês passado que o governo do presidente Joe Biden está "comprometido em restabelecer os Estados Unidos como líder em energia nuclear, não proliferação e ação climática".
De acordo com um relatório de julho da S&P Global Commodity Insights, espera-se que a participação da produção de geração de energia nuclear nos EUA e na Europa diminua de aproximadamente 20% para 15% até 2035, enquanto a China planeja dobrar sua produção para quase 10%.
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