"Pelo menos 50 países são criticamente dependentes de nossos grãos, incluindo os países mais pobres da África. Dada a grande colheita no país, a Rússia está pronta para substituir completamente os grãos ucranianos no mercado mundial. Nosso potencial de exportação na safra atual é estimado em mais de 50 milhões de toneladas", disse Kosachev.
De acordo com o parlamentar sênior, fora do acordo de grãos de Istambul, cerca de 10,5 milhões de toneladas de grãos russos já foram enviadas a países da Ásia e da África.
No sábado (29), o Ministério da Defesa russo disse que a Rússia estava suspendendo sua participação no acordo de grãos após o ataque de drones da Ucrânia contra navios da Frota do Mar Negro, na baía de Sevastopol.
O ministério disse que a preparação do ataque matinal de drones a Sevastopol foi realizada sob orientação de especialistas do Reino Unido na cidade de Ochakov.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse no sábado (29) que Washington estava pedindo à Rússia que retomasse sua participação na iniciativa de grãos.
Blinken acusou Moscou de usar alimentos como "arma" e disse que a retirada da Rússia do acordo de Istambul estava "impactando diretamente os países de baixa e média rendas e os preços globais dos alimentos".
O embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, comentou as observações de Blinken dizendo que a ação imprudente de Kiev foi a culpada pela retirada da Rússia do acordo de grãos.
Antonov enfatizou que a Rússia não pode continuar sua participação na iniciativa de grãos em meio a sérias preocupações de segurança.
"Ao suspender a implementação do acordo, é injusto condenar a Rússia. Isso aconteceu por causa das ações imprudentes das autoridades ucranianas. Quanto às insinuações sobre 'provocar' a fome, gostaríamos de relembrar nossos repetidos apelos para enviar cargas de alimentos, em primeiro lugar, para países necessitados. No entanto, em vez disso, uma boa metade de todos os navios de carga seca sob o 'acordo de grãos' foi destinada para países desenvolvidos", disse Antonov.
Segundo o embaixador russo, Somália, Etiópia, Iêmen, Sudão e Afeganistão receberam apenas cerca de 3% dos produtos agrícolas da iniciativa de grãos.