De acordo com fontes em Oslo consultadas pelo colunista Jamil Chade, o governo escandinavo enviará um negociador, ou até mesmo uma equipe, para tratar com Lula o restabelecimento da cooperação para garantir que as taxas de desmatamento sejam reduzidas.
À imprensa norueguesa, o ministro do Clima e do Meio Ambiente, Espen Barth Eide, também confirmou a notícia: "Conversaremos com a equipe dele (Lula) para preparar as formalidades e montar uma estrutura de gestão".
"Há quantias significativas congeladas em uma conta no Brasil no Fundo Amazônia, que podem ser desembolsadas rapidamente", disse Barth Eide, em entrevista à NTB.
Os dois países tinham estabelecido o maior fundo de cooperação internacional durante o governo Lula, com mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões), administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e instituições em Oslo.
Mas em 2019 o governo de Jair Bolsonaro colocou novas exigências à cooperação, que acabaram levando a Noruega e a Alemanha a encerrarem a transferência de recursos.
Além disso, fundos soberanos suspenderam investimentos no país. Nos fóruns internacionais, o Brasil passou a ser visto como parte do problema climático do planeta. Uma espécie de "criminoso ambiental".
"Houve um aumento maciço do desmatamento sob Bolsonaro, o que tem sido muito preocupante. Todo mundo preocupado com o clima viu dolorosamente como ele desrespeitou completamente os antigos acordos e promessas", disse Barth Eide.
Lula usou seu primeiro discurso para deixar claro que a questão ambiental está entre suas prioridades.
"O Brasil está pronto para retomar o seu protagonismo na luta contra a crise climática, protegendo todos os nossos biomas, sobretudo a Floresta Amazônica", disse ontem (30) ao público após a vitória.