"A realidade é que não sobreviveremos se não continuarmos a importar [recursos energéticos] da Rússia, mesmo que os volumes sejam menores", disse Okafuji ao Financial Times.
O CEO acrescentou que, "ao contrário da Europa e dos Estados Unidos, o Japão é quase totalmente dependente de países estrangeiros para suas necessidades energéticas, por isso é impossível romper relações com a Rússia por causa de sanções".
Além disso, Okafuji criticou uma tendência de pressão geopolítica sobre as empresas e indicou que isso afeta negativamente a economia mundial.
Plano de economia de energia
O governo do Japão decidiu implementar um plano de economia de energia de 1º de dezembro de 2022 a 31 de março de 2023.
O ministro da Economia, Comércio e Indústria, Yasutoshi Nishimura, em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (1º), pediu a empresas e indivíduos que desliguem as luzes desnecessárias e limitem o ar condicionado. Além disso, ele pediu aos cidadãos que usassem roupas mais quentes dentro de casa para economizar eletricidade.
Nishimura também mencionou um sistema de vouchers para residências que reduzam o consumo de energia em 3% ou mais em relação ao nível do ano passado.
"Como parte do plano, decidimos reiniciar as usinas que permanecem ociosas e comprar quantidades adicionais de combustível", acrescentou.
É a primeira vez em sete anos que o Japão lança um plano de austeridade energética no inverno. Medidas semelhantes foram ativadas no verão passado, quando a capacidade de geração de energia era insuficiente, os preços do gás natural liquefeito (GNL) estavam subindo e o iene voltou a cair em relação ao dólar americano.
Numerosos países condenaram a operação militar especial russa na Ucrânia desde 24 de fevereiro e impuseram medidas restritivas para aumentar o custo do conflito para Moscou. De acordo com o banco de dados Castellum.AI, 10.044 sanções individuais e setoriais já foram ativadas desde o final de fevereiro.