Panorama internacional

FMI alerta que Argentina deve se ajustar para estabilizar economia e conter inflação

O Fundo Monetário Internacional (FMI) destacou que a Argentina deve adotar cortes em suas políticas para alcançar a estabilidade e reduzir a inflação, tendo em vista a estimativa de que o índice deva chegar a 95% até o final do ano. O fundo enfatizou que "vulnerabilidades domésticas e incerteza política" agravam as perspectivas.
Sputnik
"A adoção de políticas mais restritivas no âmbito do programa apoiado pelo FMI será essencial para sustentar a estabilidade e conter a inflação", indicou a entidade no documento intitulado As Américas: Navegando em condições financeiras mais restritivas.
Em um contexto em que a região das Américas enfrenta condições financeiras globais mais apertadas, o FMI enfatizou que "as vulnerabilidades domésticas e a incerteza política, juntamente com um ambiente externo cada vez pior, estão piorando as perspectivas".
A instituição destacou que "as pressões inflacionárias se acumularam devido aos distúrbios relacionados à pandemia [de COVID-19], à adoção de políticas expansionistas, à recuperação da demanda e ao efeito que a guerra na Ucrânia teve nos preços da energia e dos alimentos".
Nessas condições, o FMI destacou a probabilidade de que "a atividade desacelere em toda a região das Américas no final de 2022 e em 2023, enquanto as pressões inflacionárias devem diminuir gradualmente".
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Uma resposta rápida da região ao aumento do custo de vida permitiu moderar as pressões sobre os preços e "manter as expectativas inflacionárias de longo prazo ancoradas", mesmo que a inflação continue alta, destacou a organização.
Diante desse cenário, a entidade multilateral estima que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina tenha resultado "moderado de 4% este ano", embora sob a advertência de que "os riscos de queda prevalecem sobre essas perspectivas". Essas projeções são consistentes com as perspectivas delineadas no relatório Perspectivas Econômicas Mundiais publicado pelo FMI no dia 11 de outubro.
Nesse documento, o órgão credor mantinha as projeções de crescimento da Argentina em 4% para este ano, mas contraiu as projeções para 2023 de para 2%. De acordo com essa previsão, a nação sul-americana cresceria acima da média da região, já que o FMI prevê que a América Latina e o Caribe vão expandir sua economia em 3,5% este ano e 1,7% em 2023.
A Argentina mantém uma dívida com o Fundo, pois em 2018 recebeu o maior empréstimo da história da organização, no valor de US$ 44 bilhões (cerca de R$ 226,3 bilhões), feito pela gestão do então presidente Mauricio Macri (2015-2019). Com base em um programa acordado com o governo em março para refinanciar essa dívida, o país prometeu reduzir seu déficit fiscal para 2,5% do PIB em 2022, 1,9% em 2023 e 0,9% em 2024.
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