O achado foi anunciado nesta quinta-feira (3) pelo Departamento de Turismo e Arqueologia do emirado. Pesquisadores desenterraram ruínas de uma igreja, uma sala de refeições, reservatórios para água e celas para os monges onde eles passavam o tempo na solidão, informa portal de notícias The National.
A datação por carbono de objetos de cerâmica escavados no local revelou que a área esteve habitada entre o final do século VI e meados do século VIII.
O profeta Maomé nasceu no final do século VI, e foi apenas em meados do século VII que o primeiro califa Abu Bakr conseguiu colocar toda a península da Arábia sob o domínio islâmico.
Emirados Árabes Unidos revelam descoberta de antigo mosteiro cristão na ilha de Siniyah, no emirado de Umm al-Quwain, trazendo uma nova perspectiva para o desenvolvimento do cristianismo no Golfo.
Antes dessa primeira conquista islâmica, a Arábia era um local onde habitavam cristãos, judeus e clãs e tribos de árabes pagãos.
"É uma descoberta extremamente rara", disse ao portal o professor Tim Power, arqueólogo da Universidade dos Emirados Árabes Unidos que participou da escavação. "É um lembrete importante de um capítulo perdido da história árabe."
Power explicou que os monges provavelmente não foram expulsos do local pelas forças do Califado. Em vez disso, "foi sendo abandonado lentamente".
O especialista acrescentou que cristãos e muçulmanos coexistiram em geral por cerca de 300 anos após o domínio do islã. A equipe de arqueólogos descobriu no local cálices de vidro utilizados para misturar vinho, um depósito de água possivelmente usado para batismos, uma cozinha e um forno usado para fazer pão de comunhão.