Na avaliação petista, pacificar a relação com os governadores no início do mandato é o primeiro passo para que a nova gestão possa focar na articulação com o Congresso, uma vez que dos 27 governadores eleitos, apenas dez compunham a chapa petista ou foram apoiados por Lula, segundo o UOL.
Durante a campanha, Lula repetiu com frequência a crítica de que o presidente, Jair Bolsonaro, não ouvia governadores, só apoiadores, e não recebia prefeitos. Como contraponto, propôs repetidamente reunir os 27 governadores em Brasília ainda na primeira quinzena de mandato para dialogar e ouvir demandas, relata a mídia.
Articuladores que têm procurado os líderes estaduais eleitos usam o argumento da estabilidade institucional para evitar episódios complicados, por exemplo, a invasão do Capitólio nos Estados Unidos após a derrota do ex-presidente Donald Trump.
Em São Paulo, o ex-ministro Gilberto Kassab, presidente do PSD, tem sido uma peça-chave para fazer a ligação entre o governo do petista e governador eleito Tarcísio Freitas (Republicanos).
Já no Rio de Janeiro, a aproximação com Cláudio Castro é articulada pelo deputado estadual e candidato derrotado ao Senado André Ceciliano (PT-RJ). Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), o deputado sempre teve boa relação com o governador.
A principal dificuldade, na avaliação do entorno de Lula, será nos estados do Centro-Oeste e do Norte, onde existe um "cinturão bolsonarista". No polo do agronegócio, a aliança pró-Bolsonaro conseguiu eleger todos os governadores de Roraima a Mato Grosso do Sul. O atual presidente só perdeu no Amazonas.
Do "outro lado", a administração ainda vigente afirma que ano que vem não vai ser fácil para a oposição. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que "não terão trégua", relata a coluna de Lauro Jardim em O Globo.
"O [presidente] [Jair] Bolsonaro será o líder da oposição que será feita sem tréguas. Exatamente como fizeram conosco. Eles não terão sossego", alertou.