A China segue expandindo os seus investimentos na infraestrutura do continente africano, com projetos contemplados pela Iniciativa do Cinturão e Rota. O mais recente empreendimento, um porto na Nigéria, foi finalizado nesta semana.
A construção e desenvolvimento do porto foi realizado pela China Harbour Engineering, empresa que recebeu uma concessão de 45 anos pela autoridades da Nigéria para construção, propriedade, operação e transferência.
O modelo de financiamento de infraestrutura ganhou força na África recentemente, à medida que os bancos chineses de investimento externo se tornaram mais cautelosos em seus empréstimos para projetos arriscados.
Cerimônia de conclusão da construção do porto de mar profundo de Lekki. O porto está definido para posicionar o estado de Lagos como o novo centro de logística marítima da África Ocidental e Central, com mais de 200 mil empregos diretos e indiretos a serem criados. Pense negócios, escolha Lagos.
O porto faz parte de um um número crescente de projetos financiados por empresas chinesas por meio de uma combinação de dívida e capital em acordos de parceria público-privada (PPP), já que alguns países africanos enfrentam problemas de dívida.
Investidores em PPPs recuperam seu dinheiro operando os projetos ou cobrando taxas como pedágios, relembra o South China Morning Post.
A experiência da China no continente africano com PPPs começou no início dos anos 1990, e após as inovações no âmbito da Iniciativa do Cinturão e Rota, lançadas em 2013, a política ganhou força. Foram mais de 9 mil projetos com um investimento chinês no total de US$ 1,97 trilhão (R$ 9,96 trilhões).
O porto nigeriano recém inaugurado será um dos maiores portos de águas profundas da África, e ajudará a Nigéria a atender à crescente demanda de grandes embarcações.
Estima-se que ele deva gerar US$ 361 bilhões (R$ 1,82 trilhão) em 45 anos, além de contribuir com mais de US$ 200 bilhões (R$ 1,01 trilhão) para os cofres do governo e criar cerca de 170 mil empregos.
A China Harbour Engineering é a acionista majoritária com 52,5%, seguida pelo conglomerado de Cingapura Tolaram Group com 22,5%, o governo do estado de Lagos com 20% e a Autoridade Portuária da Nigéria com 5%.