A mídia italiana colocou em dúvida, neste domingo (6), o futuro do apoio militar da Itália a Kiev em seu conflito com a Rússia, um dia após dezenas de milhares de italianos saírem às ruas de Roma e Milão para protestar contra o envio de armas do país para a Ucrânia.
Nas manifestações do último sábado (5), pessoas seguravam faixas, cartazes e bandeiras pedindo paz e exigindo negociações e esforços diplomáticos para resolver a crise na Ucrânia.
A Itália é membro fundador da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e da União Europeia (UE), que lideram amplamente a ajuda financeira e militar à Ucrânia. Mas em meio à disparada dos preços da energia e à desaceleração econômica provocada pela crise, um número crescente de italianos passou a argumentar que as políticas atuais arriscam prolongar o conflito, enquanto desviam recursos que o governo deveria gastar internamente.
A mídia local disse que os manifestantes incluíam representantes de sindicatos, grupos estudantis e associações culturais. Na sexta-feira (4), ministros das Relações Exteriores de países do G7 reiteraram sua promessa de continuar apoiando a Ucrânia. A nova primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni disse, na ocasião, que o apoio da Itália à Ucrânia permanecerá e que mais armas serão enviadas em breve.
De acordo com o jornal italiano Il Sole 24 Ore, os protestos lançaram uma nova luz sobre as diferenças entre as lideranças políticas italianas, com o ex-primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte - agora um membro da oposição ao governo - afirmando este domingo (6) que não serão enviadas mais armas ao país, sem aprovação parlamentar.