Dando o tom para a cúpula da COP27, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apontou os cenários aparentes de como o processo climático pode evoluir nos marcos da reunião.
"A humanidade tem uma escolha: cooperar ou perecer", disse o chefe da ONU nesta segunda-feira (7) em Sharm el-Sheikh, onde milhares de participantes da cúpula climática de 2022 se reuniram para quase duas semanas de negociações.
Apontando a urgência da necessidade de resolver a crise das mudanças climáticas, Guterres observou que "estamos no caminho para o inferno climático com o pé no acelerador".
"As emissões de gases de efeito estufa continuam crescendo. As temperaturas globais continuam subindo. E nosso planeta está se aproximando rapidamente de pontos de inflexão que tornarão o caos climático irreversível", disse ele.
Falando diante de cerca de 100 líderes de Estado, que devem discursar nos próximos dias, o chefe da ONU argumentou que a crise climática é "o desafio central do nosso século".
"A mudança climática está em uma linha temporal diferente e em uma escala diferente. É a questão que define nossa era. É o desafio central do nosso século. É inaceitável, ultrajante e autodestrutivo colocá-la em segundo plano", afirmou Guterres.
A cúpula climática da ONU de 2022 é a quinta COP que está sendo realizada no continente africano, o lugar mais vulnerável da Terra, em termos de impactos das mudanças climáticas. As cúpulas anteriores foram realizadas no Marrocos (duas vezes), no Quênia e na África do Sul.
O fato de o evento deste ano estar sendo acolhido por um país africano, uma vez que catástrofes naturais devastadoras ligadas à crise climática assolam o continente, levou alguns observadores a olharem para o encontro com otimismo.
O evento já se tornou significativo desde que a questão do financiamento para perdas e danos — a possibilidade de os países ricos pagarem indenizações a nações vulneráveis atingidas por desastres induzidos pelas mudanças climáticas — foi colocada na mesa de negociações.