Às portas da Copa do Mundo, marcada para começar no próximo dia 20, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está engajada em dissociar a camisa amarela da seleção da política.
A intenção foi exposta nesta terça-feira (8) pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Em entrevista ao UOL, Rodrigues afirmou que a campanha publicitária lançada pela CBF na última segunda-feira (7), logo após o anúncio dos jogadores brasileiros convocados para o Mundial do Catar, faz parte de um esforço para retirar da camisa amarela, famosa mundialmente, qualquer ligação com a política.
"É o início de uma campanha institucional. Passará na TV aberta e fechada, e redes sociais. É para mostrar que todos podem se sentir bem com a camisa da seleção", disse Rodrigues.
Ele acrescentou que a decisão de dissociar a camisa da política havia sido tomada antes das eleições, mas que a CBF optou por aguardar o resultado do pleito para lançar a campanha.
A camisa amarela da seleção começou a ser usada em protestos contra a corrupção em 2013. Em 2016, ela passou a ser usada em protestos a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Atualmente ela é um dos símbolos de protestos bolsonaristas, assim como a bandeira nacional. Durante o segundo turno das eleições, por exemplo, uma grande parte dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) compareceu às seções de votação vestindo a camisa da seleção, após o presidente convocar seus eleitores a vestirem as cores verde e amarela no dia da votação.
O fato de estar associada a movimentos de direita, porém, faz com que torcedores de esquerda rejeitem a camisa, o que pode impactar nas vendas deste ano.