Atualmente, mais de 115 mil pessoas da região de Kherson deixaram voluntariamente a área de hostilidades, relatou ao ministro o comandante das forças russas na zona da operação especial, o general de exército Sergei Surovikin.
Sergei Surovikin ressaltou que as forças ucranianas continuam bombardeando a barragem hidrelétrica de Kakhovka, o que pode provocar uma inundação e resultar em muitas vítimas. O comandante também ressaltou que o adversário está atacando instalações do governo local, escolas, hospitais e outras infraestruturas sociais.
O general relatou também que de agosto a outubro o Exército ucraniano perdeu na direção de Kherson mais de 9,5 mil pessoas como mortas e feridas, de acordo com suas palavras, "o lado ofensivo está sofrendo lá baixas maiores do que o lado defensivo".
"As baixas das Forças Armadas da Federação da Rússia na direção de Kherson são 7-8 vezes menores do que as do Exército ucraniano. A cidade de Kherson e as povoações dos arredores não conseguem ser abastecidas nem funcionar. A opção mais racional é organizar a defesa na margem do rio Dniepre", afirmou o general de exército russo.
O ministro da Defesa concordou com os dados relatados por Surovikin e ordenou o começo da retirada das tropas russas.
O militar, entretanto, sublinhou que a decisão foi ditada por razões militares e que a Rússia não abandona os objetivos gerais da operação, que consistem na defesa da população de Donbass.
Comandante de operação especial russa na Ucrânia informou ao ministro que as tropas russas retomaram a ofensiva em certas áreas, mas que a situação está estabilizada no geral.
As forças russas no local não foram vencidas em combate e a sua retirada se realizará de forma organizada e planejada, disse Surovikin em seu relatório perante o ministro da Defesa da Rússia Sergei Shoigu. Além disso, a população civil tinha sido evacuada para os territórios do interior da Rússia.
Sergei Surovikin foi nomeado comandante das forças russas na zona de realização da operação especial em 8 de outubro. Dias depois o general concedeu uma entrevista, na qual caracterizou a situação em Kherson como "muito difícil".
A OTAN "há muito que exige do regime de Kiev operações ofensivas na direção de Kherson, independentemente de quaisquer baixas — tanto nas Forças Armadas da Ucrânia quanto entre a população civil", informou na altura.
Em 24 de fevereiro de 2022, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou o início de uma operação militar especial para desmilitarização e desnazificação da Ucrânia. De 23 a 27 de setembro, a RPD, RPL e regiões de Kherson e Zaporozhie realizaram referendos sobre a adesão à Federação da Rússia, com a maioria da população votando a favor. Em 30 de setembro, durante uma cerimônia no Kremlin, o presidente russo assinou os acordos sobre a integração das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk e regiões de Kherson e Zaporozhie à Rússia.